Drones começam a operar no combate à dengue em Juiz de Fora; Zona Norte é área prioritária
Com investimento estadual de mais de R$ 400 mil, tecnologia ajuda a identificar e tratar focos do mosquito

O número de imóveis fechados em Juiz de Fora tem aumentado cada vez mais. De acordo com a Secretária de Saúde da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF/SS), os Agentes de Combate às Endemias (ACE) registraram 263.957 locais inacessíveis apenas em 2025. Esse dado representa um desafio para o controle do mosquito na cidade. Com o objetivo de auxiliar no combate a proliferação do Aedes aegypti, vetor de doenças como dengue, zika e chikungunya, a PJF anunciou, em coletiva realizada na manhã desta quinta-feira (9), o início do uso de Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs), conhecidos como drones. Os trabalhos começaram na última segunda-feira (6) e a área definida como prioritária foi a Zona Norte.
Com um investimento de R$ 444.898,37, com recursos do Estado, os drones serão utilizados para mapear e monitorar áreas de difícil acesso, identificando possíveis focos do mosquito em locais como caixas d’água destampadas, piscinas em desuso e terrenos baldios. Mas não somente, o equipamento também permite, em casos onde a intervenção humana se torna impossível, a realização do tratamento com larvicidas, produtos já aprovados pelo Ministério da Saúde e sem risco para o meio ambiente, animais ou pessoas.
“Se a gente não consegue acessar essas residências, a gente não tem como trabalhar e identificar os criadouros. Então, a tecnologia do drone vem no sentido de complementar esse trabalho, para a gente identificar possíveis focos e intervir com maior agilidade”, explicou a subsecretária de Vigilância em Saúde, Louise Cândido.

Os drones conseguem fazer até 3.500 fotos por hora. A Secretaria de Saúde reforça que a tecnologia não tem a capacidade de filmar o interior das casas, focando apenas em estruturas externas de interesse para a saúde pública. Além disso, todas as imagens são protegidas pela Lei Geral de Proteção de Dados, garantindo o anonimato. Os voos são autorizados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). “A dengue é uma doença fatal e é um inimigo quase invisível, ele realmente precisa ser vigiado o tempo todo”, ressaltou o secretário de Saúde, Jonathan Ferreira Tomaz.
Apesar da inovação tecnológica, a Prefeitura enfatiza que os drones são uma ferramenta complementar e não substitui o trabalho dos agentes de combate às endemias. “É importante que, alinhado ao trabalho dos drones, as pessoas recebam os agentes de endemias nas suas casas”, reforçou o secretário. As visitas periódicas dos agentes, a cada dois ou três meses, são essenciais para um controle mais efetivo, já que focos podem existir em áreas internas das residências, não visíveis pelos drones.
Áreas de risco e planejamento flexível
As áreas de risco são mapeadas de acordo com o número de casos confirmados e a positividade das ovitrampas, que são armadilhas usadas no combate a arboviroses. A Zona Norte, por ser um território maior e com maior incidência histórica de casos e denúncias, foi a primeira região a receber a tecnologia dos drones, com bairros como Industrial, Nova Era, Santa Luzia, Santa Cruz, Ipiranga, Monte Castelo, Milho Branco, Santo Antônio, Retiro, Vila Olavo Costa e Francisco Bernardino sendo mapeados.
O planejamento das ações com drones é dinâmico. Mensalmente, novas áreas serão divulgadas com base nos indicadores epidemiológicos e entomológicos, que estão em constante atualização. Isso permite, segundo a Prefeitura, ajustar estratégias conforme o local em que a incidência do mosquito estiver mais alta.
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