Therezinha de Jesus retoma atendimento de urgĂȘncia
UsuĂĄrios com traumas voltaram a ser encaminhados para a unidade. ConvĂȘnio estabelece repasse de R$ 200 mil por mĂȘs
O Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus voltou a atender usuĂĄrios com traumas encaminhados Ă unidade pelo Samu. A retomada do serviço Ă© resultado de negociação entre a direção do hospital, a Secretaria de SaĂșde e a Secretaria de Estado de SaĂșde (SES), e visa a desafogar o Hospital de Pronto Socorro (HPS), que, desde 2015, assumiu o atendimento de urgĂȘncia de mĂ©dia complexidade dos 94 municĂpios que compĂ”em a macrorregiĂŁo Sudeste. Como contrapartida, R$ 200 mil mensais serĂŁo repassados para o hospital pelo Estado.
Conforme a subsecretĂĄria de UrgĂȘncia e EmergĂȘncia do MunicĂpio, Adriana Fagundes, a instituição voltou a atuar na rede de urgĂȘncia e emergĂȘncia como referĂȘncia nĂvel 2 para trauma, atendendo usuĂĄrios referenciados pelo Samu. “O Samu faz o primeiro atendimento e redireciona o paciente a um hospital da rede, respeitando a gravidade do trauma”, explica. No entanto, somente usuĂĄrios com fraturas de mĂ©dia complexidade podem ser atendidos na unidade, sendo que os casos de politraumatismo continuarĂŁo tendo como porta de entrada o HPS.
Apesar disso, a expectativa Ă© que, em breve, o hospital se torne tambĂ©m porta de referĂȘncia para politraumatismo. No entanto, Ă© necessĂĄrio aguardar habilitação do MinistĂ©rio da SaĂșde. “NĂłs respeitamos a complexidade das unidades hospitalares, considerando a capacidade tĂ©cnica de cada uma. O Therezinha de Jesus fez uma solicitação de habilitação para neurocirurgia, mas ainda nĂŁo obteve o credenciamento. Normalmente, o politraumatismo envolve a necessidade de uma neurocirurgia e, por isso, chegamos ao acordo de mantĂȘ-lo como mĂ©dia complexidade. No entanto, nĂŁo perdemos o olhar para a expectativa de um habilitação. Quando isso ocorrer, atualizaremos os fluxos hospitalares da rede”, destaca Adriana.
Para a subsecretĂĄria, o acordo beneficia a urgĂȘncia e emergĂȘncia em todos os sentidos. “Com a retomada do atendimento de urgĂȘncia, o hospital vai desafogar o HPS, alĂ©m de agilizar os procedimentos cirĂșrgicos de mĂ©dia complexidade em toda a rede. Esses foram os nossos principais condutores para fechar esse acordo.” A Secretaria de SaĂșde vai atuar como fiscalizadora do convĂȘnio. A SES serĂĄ a responsĂĄvel por repassar o montante mensal acordado entre as partes, mediante prestação de contas por parte do hospital.
Impasse começou em 2014
O Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus paralisou os atendimentos em urgĂȘncia e emergĂȘncia oficialmente em março de 2015, quando a instituição jĂĄ acumulava dĂ©ficit de R$ 10 milhĂ”es. Na ocasiĂŁo, a unidade afirmava nĂŁo ter recursos para manter as portas da urgĂȘncia abertas, jĂĄ que, desde o ano anterior, o Governo estadual tinha deixado de repassar R$ 2.977.102,00 para custear o serviço. Desde entĂŁo, a parceria entre o hospital e as secretarias de saĂșde ficou estremecida, mesmo com a instituição continuando na rede. Os atendimentos, entĂŁo, passaram para o HPS, sobrecarregando o hospital, que nĂŁo recebe recursos da rede.
Segundo o presidente do conselho do hospital, JosĂ© Mariano Soares de Moraes, a instituição tem dĂ©ficit acumulado de mais de R$ 20 milhĂ”es em razĂŁo da falta de repasses do Estado. “Em fevereiro de 2014, iniciamos o atendimento de urgĂȘncia e emergĂȘncia com nĂvel 1, contando que o Estado ia honrar esses pagamentos. Assim trabalhamos 13 meses, mesmo sem os repasses, o que acumulou um prejuĂzo de R$ 20 milhĂ”es, ainda em aberto. Atendemos os 94 municĂpios da macrorregiĂŁo, e isso foi muito grave, pois o hospital Ă© filantrĂłpico. Hoje, estamos negociando para equacionar esta questĂŁo.”
Sobre a expectativa para a retomada do atendimento de urgĂȘncia, o presidente afirma que a instituição aguarda habilitação para a neurocirurgia, mas considera que o principal desafio Ă© regular o atendimento na rede. “A ponderação que estamos tentando fazer, e que estĂĄ sendo custosa, mas estĂĄ evoluindo, Ă© desenhar o fluxo de quem vai ser encaminhado para a unidade e quem nĂŁo vai, pois Ă© muito difĂcil analisar, no momento do atendimento, quem tem politraumatismo e quem nĂŁo tem. Vamos buscar a integralidade do atendimento da urgĂȘncia e emergĂȘncia.”