População reivindica solução para praça
A situação é de abandono na Praça Padre Léo, entre as ruas Eugênio Fontainha e Professor Francisco Faria, no Bairro Manoel Honório, região Leste. Há pouco mais de um ano do início de sua construção, o que se vê é um lugar cada dia mais degradado. Há dois meses, a Tribuna esteve no local, mas alguns problemas têm se agravado. Para cobrar providências da Prefeitura, os moradores estão realizando um abaixo-assinado e já solicitaram audiência pública para discussão dos problemas que estão enfrentando. "Já recolhemos mais de 300 assinaturas. E pretendemos fazer um protesto, com fechamento da rua, para cobrar uma solução. Isso é dinheiro público jogado fora", afirmou o presidente da Associação de Moradores do Bairro Bonfim, Célio Caetano.
Na quadra de areia transformada em um grande buraco, o sofá velho encontrado em março pela reportagem permanece no mesmo ponto. No terreno, as valas abertas são motivo de alerta. "Uma criança que passa ali desavisada, correndo, pode cair e se machucar", disse Célio Caetano. Dos tapumes que isolavam a área, restaram poucos, que foram pichados com escritos e desenhos fazendo apologia ao crime e às drogas. O local está sendo usado como depósito de lixo, atraindo ratos, escorpiões e baratas, de acordo com a população. Carcaças de computador e garrafas PET em grande número acumulam água, deixando a região vulnerável ao Aedes aegypti. Pequenas colunas de concreto estão jogadas em meio ao monte de areia que tomou conta da praça, de aproximadamente dois mil metros quadrados. O que restou de material de concreto erguido também foi pichado. Quem passa pelas proximidades pode sentir o cheiro forte de fezes e urina. Segundo os moradores, o local é constantemente utilizado como banheiro, além de ser ponto de encontro de usuários de droga à noite.
A obra, orçada em R$ 122 mil oriundos dos cofres municipais, começou a ser feita em março do ano passado. A praça teria pista de skate, playground, mesa de jogos e jardins. Em novembro, os moradores começaram a utilizar o espaço, mesmo sem estar pronto. Mas, em dezembro de 2011, o trabalho ainda inacabado apresentou problemas. Rachaduras foram encontradas nos muros da quadra, e o piso do local estava visivelmente afundado. Por causa das falhas estruturais e com a abertura de enormes buracos na praça, o uso pela população foi proibido, e o local, cercado por tapumes, destruídos em pouco tempo.
Sem área de lazer
A população também lamenta a perda de uma das únicas áreas de lazer da região e que era uma reivindicação antiga da comunidade."Aqui não tinha estrutura no terreno para fazer essa praça. Mas o espaço faz falta para a comunidade", reclama a vendedora Isabel Aparecida de Araújo.
A obra foi realizada sobre o Córrego Matirumbide, responsável por coletar o esgoto de diversos bairros, o que seria um dos fatores da erosão ocasionada no local, segundo informações repassadas pela assessoria de comunicação da Secretaria de Obras. O problema teria começado após o rompimento de uma galeria, construída há cerca de dez anos com tubos ármicos para canalizar parte do córrego. A recuperação da área estava orçada em R$ 500 mil, não havendo, até então, disponibilidade de recursos nos cofres municipais. Mas, de acordo com a assessoria da pasta, foi definido que o reparo da galeria será incluído nas obras de despoluição do Rio Paraibuna, que engloba trabalhos nos córregos, com tratamento do esgoto. A ordem de serviço deste projeto deve sair nos próximos dias. A assessoria da Secretaria de Obras ressalta ainda que tem sido feito um monitoramento periódico da área para evitar agravamento da situação do terreno. Após o reparo na galeria, as obras da praça serão retomadas.