Projeto premia medalhistas da Olimpíada de Matemática com R$ 10 mil em Juiz de Fora
Iniciativa tem objetivo de estimular participação de alunos de escolas públicas na segunda fase da prova, que é porta de entrada para universidades e iniciação científica
No dia 19 de outubro, a segunda fase da 19a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) está prevista para acontecer com a participação de 1.641 alunos de 87 escolas diferentes de Juiz de Fora. Com o objetivo de incentivar alunos e escolas da cidade, o projeto Vale da Inteligência Artificial vai distribuir R$ 10 mil para os medalhistas, além de prêmios especiais para os professores com mais alunos no ranking. A prova é uma oportunidade dos jovens entrarem em universidades e projetos de iniciação científica.
O valor recebido por cada aluno será calculado de acordo com o número de medalhistas após a divulgação dos resultados. Segundo o projeto, conforme estimativa baseada na média dos resultados do triênio 2021-2023 no município, cada aluno medalhista de ouro receberá cerca de R$ 460, enquanto os de prata receberão cerca de R$ 215 e, os de bronze, cerca de R$ 165.
Além disso, todos os alunos que se inscreverem no site também terão direito a participar de aulas de revisão para a OBMEP e tirar dúvidas ao vivo com os professores Ana Carolina Carius, doutora em modelagem computacional e pós-doutora em educação e novas tecnologias; e Ranieri Miranda Imperatori, cientista de dados do Hospital Israelita Albert Einstein e pós-graduando em direito da proteção e uso de dados.
Juiz de Fora tem 40 medalhistas por ano
Alunos de Juiz de Fora conquistaram 120 medalhas da OBMEP no triênio 2021-2023, sendo respectivamente 40, 37 e 43. Outras cidades da região, como Ubá, Simão Pereira, Matias Barbosa, Coronel Pacheco, Tabuleiro, Piau, São Geraldo, e também Levy Gasparian e Areal, no Rio de Janeiro, não tiveram nenhum medalhista nos últimos três anos, o que escancara a carência do investimento em matemática.
110 escolas da cidade participaram da Olimpíada neste ano
Em 2024, 110 escolas participaram da OBMEP em Juiz de Fora. Deste total, as com mais alunos classificados para a segunda fase são estaduais. Além disso, das 11 primeiras, 10 são da rede pública do estado. O Instituto Estadual de Educação (Escola Normal) é o mais representado, com 92 alunos; seguido pela Escola Estadual Duque de Caxias, no Centro, com 80 alunos; depois vem a Escola Estadual Almirante Barroso, em Benfica, com 69 alunos; e, por fim, a Fernando Lobo, no bairro São Mateus, com 53.
Após as quatro primeiras, o Colégio Militar de Juiz de Fora aparece com 46 alunos. A primeira escola particular é o Apogeu Unidade II, que alcançou a 12ª posição, sendo representado por 35 alunos. Já a primeira Escola Municipal é a Cecília Meireles, que fica no
Bairro Nova Era. Na 24a colocação dentre as 87 com alunos classificados, 12 farão a prova do nível 1 (6ºou 7º ano do ensino fundamental) e outros 12 do nível 2 (8ºou 9º ano do ensino fundamental). Todas as 23 escolas particulares e três federais da cidade estarão representadas na prova do dia 19.
Sobre o projeto
O Vale da Inteligência Artificial é uma iniciativa de empresas e instituições de Juiz de Fora e Três Rios, que trabalham para formar mais talentos em matemática. O nome foi inspirado no Vale do Silício, que começou com um pacto entre a Universidade de Stanford e a economia local, para fazer impulsionar a Baía de São Francisco, nos Estados Unidos. Stanford selecionou e cultivou os estudantes mais talentosos e ajudou a criar algumas das empresas mais poderosas do mundo, como Google, Nike, Yahoo!, Netflix e Tesla. “E por trás disso tudo está a matemática”, diz o manifesto do novo Vale brasileiro.
O projeto destaca que hoje 18% do Produto Interno Bruto (PIB) da França vem da matemática, enquanto na economia brasileira não chega aos 5%”. Segundo os dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2022, apenas 1% dos estudantes brasileiros tiraram nota alta em matemática. A média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) – composta por aproximadamente 30 membros da Europa, Américas, Ásia e Oceania – é de 9%. Para os profissionais envolvidos no Vale da Inteligência Artificial, o segredo desse bom resultado foi investir em inteligência e tecnologia. “Quanto mais ficarmos para trás no ciclo econômico das IAs, mais pobres seremos”, conclui o manifesto.