Técnico de enfermagem é indiciado por suspeita de abusar sexualmente de pacientes na UTI
Homem deverá responder por crime de estupro de vulnerável; polícia ainda avalia se outras vítimas foram abusadas pelo suspeito
Um técnico de enfermagem, de 55 anos, suspeito de abusar sexualmente de duas pacientes internadas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Maternidade Therezinha de Jesus (HMTJ), foi indiciado pela Polícia Civil nesta quarta-feira (5), após a conclusão do inquérito investigativo advindo de uma denúncia anônima realizada por meio do Disque Denúncia Unificado 181. As informações foram divulgadas em entrevista coletiva realizada na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM). De acordo com a delegada responsável pelo caso, Alessandra Azalim, após o recebimento da denúncia, os investigadores iniciaram as oitivas e confirmaram que a primeira vítima, que possui 54 anos e é deficiente visual, teria sido molestada sexualmente pelo suspeito.
“No momento do abuso, a paciente encontrava-se acamada e lúcida na UTI do hospital em questão. Colhemos o depoimento dela, que nos forneceu detalhes muito ricos dos atos sexuais cometidos, e fomos também alinhando a fala dessa vítima com a conduta do agente, que também foi ouvido pelas equipes da DEAM, além de ouvir funcionários que vivem o mesmo dia a dia do suspeito. Sendo assim, concluímos que existem indícios suficientes na autoria e materialidade desse crime de estupro de vulnerável pelo técnico de enfermagem”, relatou a delegada, que também ressaltou que o inquérito já foi encaminhado para o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). “Podemos dizer que esse foi um trabalho muito minucioso, justamente por se tratar de um crime sexual, que geralmente acontece na clandestinidade e sem presença de testemunhas ou vestígios. No meio das investigações, também conseguimos confirmar que o mesmo homem também teria abusado de uma senhora de 61 anos, que também estava lúcida e internada na UTI do mesmo local“, destaca a delegada.
No decorrer das investigações, a segunda vítima também foi ouvida pelos policiais, tendo também relatado com grande presteza de detalhes os atos libidinosos supostamente cometidos pelo técnico de enfermagem. Em seu depoimento, o autor, que deve responder pelo crime de estupro de vulnerável, negou todas as acusações impetradas contra si. No mesmo período em que a Polícia Civil recebeu a denúncia anônima, outra denúncia interna foi realizada no HMTJ, que decidiu prontamente demitir o colaborador, que também atuava em outros hospitais públicos da cidade. “O hospital em questão demitiu o suspeito tão logo recebeu a denúncia interna. A instituição também colaborou prontamente com as investigações policiais”, ressaltou a delegada.
Em nota enviada à Tribuna, o Hospital Maternidade Therezinha de Jesus informou que “diante da mera suspeita sobre o ocorrido, o funcionário foi imediatamente desligado da instituição, deixando de fazer parte do quadro do Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus. O HMTJ fez questão de colaborar com a polícia, franqueando a entrada dos investigadores e aos dados solicitados para esclarecimento dos fatos”, afirmou o hospital.
Polícia procura por outras vítimas
Ainda que o atual inquérito contra o autor esteja finalizado, a delegada Alessandra ressaltou que, caso existam outras vítimas, elas devem procurar a Delegacia da Mulher para formalizar a denúncia e ajudar no combate desse tipo de crime. “Ainda não sabemos se há outras vítimas que foram abusadas pelo mesmo técnico de enfermagem. Sendo um crime tão hediondo e grave, tendo em vista que o suspeito teria se aproveitado justamente de pessoas que estavam em uma situação extremamente vulnerável, é de suma importância que as vítimas formalizem denúncia contra esse e outros agressores. Ambas as vítimas dessa ocorrência tiveram um comportamento de medo e angústia, além de relatarem que queriam sair do hospital, mas tinham medo de que o agressor as encontrassem posteriormente. Por isso, nós ressaltamos um alerta para outras possíveis vítimas, que porventura estiveram internadas neste mesmo hospital, que realizem a denúncia com a Polícia Civil”, afirma.