Duas escolas particulares de JF suspendem aulas após casos de Covid-19
Medidas seguem orientações do protocolo sanitário da PJF; outras três instituições já tiveram atividades suspensas
Pelo menos duas escolas particulares de Juiz de Fora estão com as atividades presenciais suspensas nesta semana em decorrência da notificação de casos suspeitos e/ou confirmados de Covid-19. Com isso, subiu para cinco o número de instituições de educação na cidade que já precisaram retomar exclusivamente o ensino remoto, temporariamente, desde que o retorno aos espaços físicos foi autorizado pelo Município, há cerca de um mês. O balanço foi feito pela Tribuna, tendo por base as matérias publicadas, já que a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) não possui levantamento que englobe as redes estadual, federal e particular de ensino.
A mais recente suspensão, por período de 14 dias, foi anunciada pelo Colégio Academia na última terça-feira (2). Procurada pela Tribuna, a assessoria da instituição particular destacou que a medida segue as orientações do protocolo sanitário da PJF de retorno às atividades de ensino presenciais no contexto da pandemia da Covid-19. A interrupção, em razão de casos confirmados e suspeitos de Covid-19 comunicados ao Colégio Academia, atinge todos os alunos e professores da escola, desde a educação infantil até o ensino médio. Segundo a nota emitida pela unidade, o retorno está previsto para o dia 16 de novembro, com a “bolha A” para as turmas divididas em bolhas, e “bolha única” para as demais.
“Para que nossas famílias mantenham-se seguras, é importante que todos comuniquem os casos suspeitos à escola. Contamos com o apoio e compreensão de todos”, destaca a direção no comunicado, enfatizando a importância de todos seguirem os protocolos visando à saúde e segurança de toda a comunidade escolar.
Na semana passada, o Instituto Vianna Júnior também precisou interromper as atividades presenciais. Segundo a assessoria de comunicação, a iniciativa surgiu após a notificação de um caso de Covid-19 confirmado, de uma professora da educação infantil, no dia 27 de outubro. A partir daí, a instituição decidiu suspender, desde o dia 28, todas as aulas do colégio e da faculdade para higienização do ambiente escolar. O retorno do ensino superior aconteceu na última quarta-feira (3), enquanto a volta do colégio, que vai até o ensino médio, está prevista para a próxima segunda-feira (8), com exceção da sala da professora infectada (ainda sem data informada).
A assessoria lembrou que a suspensão segue o protocolo da PJF, que também orientou o Vianna Júnior sobre as datas de retomada para cada segmento, considerando o caso isolado. A instituição garante ter agido com transparência e segurança, encaminhando comunicados para os pais e alunos por meio das plataformas de comunicação interna.
Outras escolas e creches
No dia 13 de outubro, a PJF suspendeu as atividades presenciais na creche municipal Obras Sociais do Bom Pastor, Zona Sul. A medida de prevenção durante 14 dias foi tomada após notificação de casos suspeitos de Covid-19 em diferentes turmas, seguindo os protocolos de segurança sanitária.
Antes disso, no começo de outubro, houve cancelamento das aulas em duas escolas estaduais, por conta de supostas contaminações de docentes e alunos pelo coronavírus. Na São Vicente de Paulo, no Bairro Borboleta, Cidade Alta, a interrupção aconteceu apenas no turno da tarde. Na Escola Estadual Batista de Oliveira, no Bairro Costa Carvalho, Zona Leste, a suspensão afetou o turno da manhã.
Na época, a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) reforçou que as decisões de caráter preventivo seguiam o protocolo de retomada das atividades presenciais da rede estadual de ensino.
Comitê de Acompanhamento Interinstitucional se reúne na segunda
Questionada sobre um levantamento em relação a todas as instituições de ensino de Juiz de Fora que precisaram interromper as atividades presenciais por causa de casos de Covid-19 no ambiente escolar, a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) informou que não foi oficialmente notificada sobre o fechamento de turmas ou escolas particulares, estaduais e federais. “Das instituições municipais monitoradas pela Secretaria de Saúde desde o início das aulas presenciais, apenas uma creche teve os trabalhos presenciais interrompidos com casos suspeitos”, disse o Executivo, se referindo à creche municipal Obras Sociais do Bom Pastor.
A PJF acrescentou que depende do retorno das escolas e creches no preenchimento diário do monitoramento para ter uma visão geral dos casos suspeitos e comprovados da Covid-19 em todas as instituições de ensino no município. Conforme a PJF, na próxima segunda-feira (8), o Comitê de Acompanhamento Interinstitucional para o retorno às atividades de ensino presenciais em Juiz de Fora fará uma nova reunião para avaliar os casos já notificados e os encaminhamentos necessários. “A Prefeitura lembra que todas as orientações sobre interrupção de atividades presenciais constam no protocolo sanitário.”
Recomendações da nota técnica
Segundo a nota técnica, as recomendações para suspensão das aulas de uma turma, turno ou escola são: ocorrência simultânea de mais de um caso suspeito ou confirmado no qual os envolvidos convivam na mesma sala de aula: suspensão de aulas de uma turma por 14 dias; ocorrência simultânea de mais de um caso suspeito ou confirmado no qual os envolvidos sejam de salas diferentes ou tenham tido contato com outras turmas no mesmo turno escolar: suspensão de aulas em um turno por 14 dias; ocorrência simultânea de mais de um caso suspeito ou confirmado no qual os envolvidos sejam de turmas e turnos diferentes: suspensão de aulas em uma escola por 14 dias; ocorrência de indicadores epidemiológicos em patamares elevados e sustentados: suspensão de aulas no município.
A Tribuna também questionou a Secretaria Estadual de Educação (SEE) sobre levantamento de escolas da rede estadual que tiveram atividades presenciais suspensas, mas não obteve retorno sobre a situação. Em nota, a SEE assegurou que acompanha diariamente o cenário epidemiológico em todo o estado desde o início do processo de retomada gradual e híbrida das atividades presenciais, em 21 de junho. “O Protocolo Sanitário de Retorno às Atividades Escolares Presenciais, da SES-MG, inclui monitoramento de casos suspeitos de Covid-19 e orienta que servidores ou estudantes que apresentarem sintomas da doença devem comunicar a situação à direção da escola e ser imediatamente afastados das atividades presenciais.”
O protocolo estadual também prevê a suspensão por 14 dias das atividades presenciais quando há mais de um caso com diagnóstico confirmado de Covid-19 em uma mesma turma, turno ou escola. “Cada situação é analisada de forma específica, migrando, quando necessário, o atendimento aos alunos para o regime remoto. A SEE/MG salienta que não foi observada nenhuma situação de surto de Covid-19 em escolas estaduais de Minas desde o início da retomada presencial.”
Os dados são monitorados pela SES-MG, com o objetivo de realizar a vigilância e traçar estratégias rápidas de ação. “Além disso, os dados são enviados para as regionais de saúde, secretarias municipais de saúde e atenção primária, para monitoramento constante de todos os casos e seus contatos”, garantiu o Estado.
Tópicos: coronavírus