Indefinição causa insegurança


Por Wendell Guiducci

04/11/2016 às 07h58- Atualizada 04/11/2016 às 10h28

As últimas informações sobre o Enem têm causado dúvidas e insegurança nos estudantes que irão fazer as provas. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou uma lista com 304 locais no país em que a avaliação será adiada para os dias 3 e 4 de dezembro por estarem ocupados pela manifestação contra a PEC 241. Nesta relação, consta o Instituto de Ciência Humanas (ICH) da UFJF. No entanto, o movimento Ocupa UFJF garante que o espaço não foi ocupado pelo protesto. Além disso, até ontem, no final da tarde, os alunos aguardavam a definição da Justiça Federal sobre um pedido de suspensão do Enem. A proposição – feita pelo Procuradoria da República, que alegava que a realização das provas em duas datas pode prejudicar a isonomia da seleção – foi negada.

A estudante Rafaela Valle, 16 anos, estava apreensiva. “Saberemos se haverá ou não a suspensão na véspera da prova. É uma situação que causa ansiedade”, disse, antes de a Justiça manter o Enem. “Estou no segundo ano e decidi fazer o Enem por experiência, mas me preparei, fiz aulas de redação.” Para ela, as manifestações contra a PEC poderiam ser paralisadas no fim de semana para garantir a realização das provas. “Muitos alunos serão prejudicados com o adiamento.”

Para a estudante do 3º ano, Bruna de Mello, o adiamento deveria ocorrer para todos os alunos. “Tenho certeza que quem vai fazer a prova depois irá se sentir incomodado. Não acho que as ocupações sejam problema. Meu campus será ocupado após o Enem. Também não culpabilizo o movimento que começou antes, afinal, se tivemos logística para remanejar as eleições, isso também poderia ser feito agora, já que temos um número muito maior de eleitores do que de alunos que irão fazer o exame.” Segundo ela, a única preocupação é com relação ao tema da redação, caso seja mantido.

Ontem, o ministro da Educação, Mendonça Filho, tranquilizou os estudantes e garantiu que a segurança do Enem não será comprometida com o adiamento das provas, que irá atingir 191 mil alunos em todo o país. Segundo ele, esta edição do exame traz a novidade da identificação biométrica dos candidatos no momento das provas, de forma a inibir qualquer possibilidade de fraude ou de uma pessoa fazer a prova por outra.

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