Idoso é preso sob suspeita de cometer injúria racial contra segurança de supermercado
De acordo com boletim de ocorrência, consumidor dirigiu expressões racistas a trabalhador que tentou acalmá-lo
Um idoso de 68 anos foi preso na manhã desta quinta-feira (3) por injúria racial, após proferir ofensas racistas contra o segurança de um supermercado, de 38 anos. O crime ocorreu no Bairro Santa Terezinha, Zona Nordeste de Juiz de Fora.
De acordo com informações da Polícia Militar, o suspeito teria o hábito de ir ao estabelecimento para procurar produtos vencidos e efetuar a troca por outros gratuitamente, como obriga a lei. Na manhã desta quinta, ele teria encontrado um bolo que havia passado da data de validade e, ao se dirigir à fiscal de caixa para fazer a reclamação, teria se exaltado.
Diante da anormalidade do comportamento do cliente, o segurança do supermercado foi verificar a situação. Em resposta, o idoso dirigiu expressões racistas contra ele. “Você não vai passar de segurança, bosta, preto macaco”, aponta o boletim de ocorrência. Além disso, o idoso teria dito que os demais funcionários “não passavam de nada”.
Ainda conforme a PM, o consumidor teria ameaçado o segurança, dizendo que o aguardaria do lado de fora do estabelecimento. Aos militares, o suspeito informou ser aposentado e alegou que a vítima o teria chamado de mendigo, negando todos os fatos. O idoso, entretanto, foi preso em flagrante por injúria racial e levado à delegacia de plantão.
‘Crime recorrente’
À Tribuna, a vítima relatou que tentou dialogar com o idoso no momento em que este estava exaltado, solicitando que se retirasse do supermercado. Foi neste momento que o suspeito começou a ofendê-lo. Em seguida, o segurança acionou a PM. O idoso ainda tentou se esconder na casa de seu filho, mas foi localizado.
Esta não é a primeira vez, entretanto, que o funcionário do supermercado foi vítima de racismo. Há cerca de duas semanas, ele registrou outra ocorrência policial contra uma mulher que também teria proferido expressões racistas contra o segurança. “É recorrente”, conta. “A única coisa que espero é justiça. Tenho uma filha de 18 anos, não quero que ela passe por isso nunca, de ser humilhada publicamente dessa forma”, diz à Tribuna.