Cesama vai construir nova ETE no Bairro Santa Luzia
Obra faz parte do projeto de despoluição do Rio Paraibuna e deve ter início no mês que vem, com instalação da rede coletora de esgoto às margens do córrego do bairro

O projeto de despoluição do Rio Paraibuna ganhará mais uma etapa importante em sua execução. Na última terça-feira (31), o Ministério das Cidades, por meio da Caixa Econômica Federal, autorizou a liberação de obras pela Cesama para a construção de uma nova Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) no Bairro Santa Luzia. O edital de licitação para selecionar a empresa responsável pela implantação da unidade, em uma antiga pedreira no final da Avenida Santa Luzia, deve ser finalizado até setembro, mês em que ocorrerá, também, o início das obras de instalação da rede coletora às margens do córrego do bairro. Esse conjunto de obras está orçado em, aproximadamente, R$14 milhões.
De acordo com informações da assessoria de imprensa da Companhia de Saneamento Municipal (Cesama), a nova ETE deverá tratar cerca de 90 litros de esgoto por segundo, o que corresponde a aproximadamente 8% do tratamento total de Juiz de Fora, sendo que a cidade produz em torno de 1.200 litros de esgoto por segundo. A implantação dos coletores no Bairro Santa Luzia já será executada por estar incluída em licitações anteriores, e deve ser finalizada até dezembro de 2019. O objetivo da rede coletora é impedir que o esgoto chegue até o córrego e polua suas águas, sendo encaminhado até a estação de tratamento.
Atualmente, a capacidade de tratamento do município é de 10%, e o processo acontece nas ETEs dos bairros Barreira do Triunfo e Barbosa Lage, ambas na Zona Norte. Esse valor, no entanto, está prestes a dobrar, graças à inauguração da ETE União-Indústria, no Bairro Granjas Bethel, que ocorreu em março deste ano. A estação ainda se encontra em processo de testes, mas deverá tratar, a princípio, 200 litros de esgoto por segundo. Além da construção da ETE Santa Luzia, o conjunto de obras para despoluição do Rio Paraibuna, orçado em mais de R$130 milhões, ainda prevê a ampliação das estações de tratamento de Barbosa Lage e Barreira do Triunfo.
Obras de estações elevatórias e rede interceptora avançam
Duas das cinco novas estações elevatórias previstas no projeto de despoluição do Rio Paraibuna estão em fases finais de avaliação. As obras da maior delas, implantada pela Cesama na Avenida Francisco Valadares, no Bairro Vila Ideal, já foram finalizadas, e a tubulação está passando por testes. Essa etapa, iniciada em março e prevista para durar seis meses, deve se encerrar ainda em agosto, com o bombeamento contínuo de esgoto da elevatória para a ETE União-Indústria. A outra estação, nas proximidades do Viaduto Augusto Franco, no Centro, está pronta para iniciar o estágio de avaliação de controles e comandos, para passar a bombear o esgoto no final de setembro.
As estações elevatórias têm como objetivo bombear resíduos em regiões de maior profundidade. O que acontece é que o esgoto percorre a tubulação por gravidade, assim, o caminho deve sempre estar inclinado, como uma descida. Porém, em trechos de longa distância, a tubulação fica cada vez mais abaixo do nível da rua. “Quando começa a chegar próximo de oito metros de profundidade, não tem como continuar aprofundando. No momento em que a tubulação atinge esse ponto, é necessária uma estação elevatória para bombear o esgoto”, explica Marcelo Mello do Amaral, diretor de desenvolvimento e expansão da Cesama. Assim, as estações elevatórias fazem com que os resíduos retomem o nível necessário para continuarem descendo por gravidade. No caso, a unidade próxima ao Viaduto Augusto Franco irá bombear o esgoto, que seguirá, por gravidade, até a estação elevatória do Vila Ideal, para, enfim, continuar o caminho até à ETE União-Indústria, no Bairro Granjas Bethel, onde será tratado.
Cronograma
O cronograma da companhia prevê, para 2019, a construção das outras três estações elevatórias, sendo uma na foz do córrego Yung, uma no Bairro Bairu, e outra próxima ao Museu do Mariano Procópio.
De 1.400 metros de redes interceptoras de esgoto previstos, 860 já foram instalados ao longo da Avenida Brasil, o que representa 60% das obras. O objetivo destas é reter os efluentes antes dos mesmos chegarem ao Rio Paraibuna, o que as diferencia das redes coletoras. Enquanto as interceptoras são implantadas ao longo do curso hídrico principal, as coletoras ficam ao redor dos córregos. “A rede das ruas lança o esgoto nas redes coletoras que, por sua vez, os encaminham até os interceptores, e esses, através das elevatórias, levam até a ETE”, explica Marcelo Amaral. As intervenções para a implantação da rede interceptora ao longo do Paraibuna estão previstas para durarem até o final do ano, dependendo das condições do solo.