Médicos da Ascomcer ameaçam parar atividades nesta quarta

Parte dos profissionais deve interromper as atividades por conta do atraso no pagamento de salários; direção garante que atendimento será mantido à população


Por Carolina Leonel

02/07/2019 às 18h05- Atualizada 02/07/2019 às 19h08

Parte dos médicos da Associação Feminina de Prevenção e Combate ao Câncer de Juiz de Fora (Ascomcer) irá paralisar as atividades, nesta quarta-feira (3), por conta do atraso no pagamento de salários. A informação foi confirmada à Tribuna pelo advogado Lenilson Alexandre Fonseca, que representa sete médicos que alegam atraso em seus vencimentos. Alguns estariam sem receber desde setembro do ano passado. Estava prevista, para terça (2), uma reunião entre representantes da diretoria do hospital e dos médicos para a avaliação de um possível acordo. O encontro, no entanto, não aconteceu e foi remarcado para a próxima sexta. De acordo com a instituição, o cancelamento teria sido solicitado pelo representante dos médicos.

Apesar de ainda não haver uma resolução entre as partes, a diretoria da Ascomcer ratificou à reportagem que, mesmo com a paralisação, o atendimento à população está garantido e que tem tentado, “de todas as formas” solucionar a situação. Os médicos atuam em plantões na unidade de terapia intensiva (UTI) e na enfermaria. De acordo com os profissionais, a possibilidade de suspensão dos trabalhos, caso as partes não entrassem em acordo, estava sinalizada desde o último dia 18, data em que uma notificação extrajudicial comunicando oficialmente a situação, foi encaminhada à diretoria da instituição.

Em matéria publicada, no último sábado (29), um dos médicos, que prefere ter sua identidade preservada, afirmou que cerca de 15 profissionais estão enfrentando o problema de atraso no pagamento de salários. “Para se ter ideia, a diretoria pagou em abril deste ano o referente a agosto do ano passado”, disse. Segundo o profissional, parte da equipe já teve “várias conversas com a diretoria”, mas até então não houve solução.

À Tribuna, diretoria da Ascomcer confirmou que há pagamentos em atraso, mas disse que a situação é pontual. “Nós temos um corpo médico com 173 profissionais, e a possibilidade de paralisação está restrita a sete plantonistas. Não é verdade que os médicos estão sem receber há meses, como foi informado na notificação extrajudicial, mas sim que há um atraso em decorrência da grave defasagem na tabela de remuneração do SUS e da ausência de repasse por parte do Governo de Minas.” A estimativa da instituição é que a dívida do Estado chegue a cerca de R$ 860 mil. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) foi acionado, mas ainda não há previsão de quando o acerto será feito.

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