Sobe para 48 o número de suspeitas de coronavírus em Minas

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) atualizou o número de casos suspeitos de coronavírus (Covid-19) no estado nesta segunda-feira (2). Segundo boletim epidemiológico divulgado pela pasta, 48 suspeitas notificações da doença estão em investigação. Até o momento, nenhum caso foi confirmado no estado, e quatro foram descartados.

Conforme o documento, os pacientes com sintomas do coronavírus são residentes dos seguintes municípios mineiros: Barbacena (1), Belo Horizonte (19), Betim (1), Contagem (4), Divinópolis (3), Ipatinga (1), Juiz de Fora (1), Lavras (1), Montes Claros (1), Mutum (1), Ouro Preto (1), Sete Lagoas (1), Uberaba (1), Uberlândia (1), Varginha (4) e Viçosa (1). Outros quatro casos suspeitos, conforme a SES, são de pessoas de outros países que foram diagnosticadas em Minas: uma da Alemanha e três da Itália.

Suspeita em JF

O resultado do exame para descarte ou comprovação do caso suspeito em Juiz de Fora, de uma paciente, 51 anos, ainda não foi divulgado. De acordo com a SES-MG, as comprovações e casos descartados serão publicados nas atualizações dos boletins epidemiológicos. No documento divulgado nesta segunda, a notificação em Juiz de Fora ainda está registrada como suspeita para a doença. A paciente com sintomas compatíveis ao coronavírus recebeu alta médica na última sexta-feira (28), e está em isolamento domiciliar desde então. De acordo com a Secretaria de Saúde, a paciente está sendo monitorada pela Vigilância Epidemiológica.

Capacitação
A Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) reuniu servidores de todos os níveis de atenção à saúde, das redes pública e privada, nesta segunda, para alinhar as informações sobre o coronavírus. De acordo com a Secretaria de Saúde, mais de 300 servidores da área de saúde do Município participaram da capacitação.

O secretário de Saúde, Márcio Itaboray, destacou que o treinamento tem por objetivo capacitar os profissionais que atuam diretamente no atendimento ao cidadão, para que fique estabelecido o manejo correto do problema. “Nesse momento, quando vivemos a onda das fakenews, é importante repassar para nossas equipes informações de procedência segura, como as do Ministério da Saúde”, pontuou o secretário.
Com o objetivo de promover o alinhamento de conduta do Município perante o coronavírus, foram destacados as características da infecção, sintomas e os critérios epidemiológicos que devem ser levados em conta, para que haja suspeição da doença e as definições de contato próximo. Também foi explanado o plano de contingência elaborado pela SES.

Casos no Brasil

No Brasil, até as 13h desta segunda, horário em que o último balanço do Ministério da Saúde foi atualizado, havia 433 casos em investigação no país, além de dois confirmados no estado de São Paulo. Conforme a pasta, as confirmações não têm relação entre si, embora ambos os pacientes sejam residentes no município de São Paulo. Os casos são importados e, por isso, não há mudança da situação nacional, pois não existem evidências de circulação sustentada do vírus em território brasileiro. Os dados foram repassados ao Ministério pelas secretarias estaduais de saúde.
Registram suspeitas no país 22 estados e o Distrito Federal: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina e São Paulo.

Segundo o Ministério da Saúde, 162 notificações de Covid-19 já foram descartadas no país. A maioria era casos de Influenza A e B, vírus da gripe. Por esse motivo, o órgão ressaltou a importância da antecipação da vacinação contra a gripe, com início previsto para 23 de março. Conforme a pasta, a imunização facilitará o diagnóstico do coronavírus. Sobre os casos em investigação, o órgão explicou que as amostras estão sendo processadas pelos laboratórios centrais de cada estado, e que o prazo para conclusão tem sido, em média, sete dias.

Atualmente, 15 países, além da China, são monitorados pelo Ministério da Saúde por apresentarem transmissão ativa do coronavírus. Com isso, os critérios para a definição de caso suspeito enquadram, agora, as pessoas que apresentarem febre e mais um sintoma gripal, como tosse ou falta de ar, e tiveram passagem pela Alemanha, Austrália, Emirados Árabes, Filipinas, França, Irã, Itália, Malásia, Japão, Singapura, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Tailândia, Vietnã e Camboja, além da China, nos últimos 14 dias.

Genomas diferentes no país

(AE) – Em menos de 48 horas após o registro do segundo caso de brasileiro infectado com coronavírus, uma equipe de pesquisadores brasileiros conseguiu novamente sequenciar o genoma do vírus. São os mesmos cientistas que tinham feito o primeiro sequenciamento, num procedimento que deve virar rotina para a epidemia.

E a nova análise mostra que o patógeno do segundo caso é levemente diferente do primeiro. Pela conclusão, o primeiro tinha se assemelhado mais com vírus que haviam sido sequenciados na Alemanha. Já o segundo se aproxima mais de vírus sequenciados na Inglaterra. E ambos são diferentes das sequências chinesas.

Nos dois casos, porém, os pacientes foram contaminados na Itália, mas como cientistas italianos ainda não apresentaram os sequenciamentos dos vírus que estão no país, a comparação não pôde ser feita com o material de lá.

De acordo com a pesquisadora Ester Sabino, do Instituto de Medicina Tropical da USP, que compõe os esforços de sequenciamento junto com pesquisadores do Instituto Adolfo Lutz e da Faculdade de Medicina da USP, essas variações confirmam que a transmissão interna entre os países da Europa já está bem estabelecida.

“A epidemia já está há algum tempo na Europa e já passa de um país a outro. Mas nesse momento ainda não conseguimos saber se ela foi da China para a Alemanha e a Inglaterra e de lá para a Itália ou se foi para a Itália e de lá foi para a Inglaterra”, por exemplo. Ela explica que a cada mês que passa o vírus sofre uma mutação e fica com uma espécie de código da região por onde passou, mostrando o seu caminho.

30 mil testes
(AE) – O Ministério da Saúde anunciou nesta segunda que o Instituto Bio-Manguinhos e a Fundação Oswaldo Cruz farão a produção de 30 mil testes para diagnóstico do novo coronavírus. Inicialmente, 10 mil testes serão distribuídos a partir desta quarta-feira, por alguns Estados.

Na região Norte, será pelo Amazonas, Pará e Roraima; no Nordeste, através da Bahia, Ceará, Pernambuco e Sergipe. No Sudeste, pelo Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais. No Centro-Oeste, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul; e, por fim, no Sul, nos três Estados, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina.

Os treinamentos serão in loco a partir da chegada dos kits nos laboratórios. Segundo o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, os kits devem custar em torno de R$ 100, mas ainda não há como precisar todos os recursos necessários para essa operação, disse.