Furtada pela sexta vez, escola adia volta às aulas


Por Gracielle Nocelli

02/03/2017 às 16h51- Atualizada 03/03/2017 às 08h19

Atualizada às 19h23

Fotos enviadas pela vice-diretora da escola, Ananda Elisabeth Fernandes
Fotos enviadas pela vice-diretora da escola, Ananda Elisabeth Fernandes

Duas escolas estaduais foram alvo de arrombamentos consecutivos na última semana. No caso da Escola Estadual Batista de Oliveira, localizada no Bairro Costa Carvalho, foram seis furtos em menos de um mês. As três últimas invasões ocorreram de forma consecutiva nas últimas segunda (27), terça (28) e quarta-feira (1º). Nestas ações foram levados 13 computadores, sete ventiladores, 30 caixas de piso, lâmpadas, fiação, equipamento de chá e utensílios de cozinha, material escolar, de escritório e esportivo. Já na Escola Estadual Almirante Barroso, em Benfica, Zona Norte, os crimes aconteceram nos dias 24 e 28 de fevereiro. Além dos prejuízos com os materiais levados, os criminosos ainda vandalizaram uma das instituições e danificaram portas e janelas em ambas. Diante da situação, o retorno das aulas da Escola Batista De Oliveira, que ocorreria após o carnaval, foi adiado para a próxima segunda (6).

Escola estadual é furtada pela quarta vez em 20 dias

Escola estadual volta a ser arrombada e furtada pela quinta vez

A direção da Escola Batista de Oliveira se reuniu na manhã desta quinta-feira (2) com representantes da Polícia Militar (PM) para traçar estratégias de segurança para a escola. A reunião aconteceu na sede da escola, onde ainda era possível ver os atos de vandalismo praticados pelos criminosos. Janelas foram quebradas, portas e maçanetas estavam danificadas, papéis ficaram espalhados pelo chão, gavetas e salas foram reviradas. Em alguns locais, os funcionários arrastaram armários e móveis para fechar passagens que foram abertas pelos bandidos. “Nós conversamos com a PM e vamos realizar ações para aumentar a segurança na escola. Iremos mobilizar a comunidade e os diretores de outras instituições da região que já passaram por problemas semelhantes, como a Escola Estadual Henrique Burnier e a Escola Estadual Ali Halfeld. Vamos solicitar o apoio da Secretaria Estadual de Educação (SEE) no que diz respeito à reposição do material furtado”, disse o diretor Henrique Araújo Soares.

A escola espera, também, a liberação de verba referente a uma emenda parlamentar de 2015, para realizar reformas e melhor a segurança do espaço física da escola. “Temos uma área muito aberta, que tem a entrada facilitada por conta desse terreno vazio ao lado. Precisamos do recurso para colocar grades, cercas e fazer uma reforma que garante maior segurança. Já assinamos o termo de compromisso, mas o dinheiro ainda não foi liberado”, contou a vice-diretora da escola Ananda Elisabeth Fernandes. Segundo ela, a sensação é de tristeza ao ver a situação que funcionários e alunos estão enfrentando. “Estamos abalados. Não tivemos condições de retornar às aulas nesta quinta-feira, e ficamos imaginando como será na segunda. Não tem mais nenhuma bola para as aulas de Educação Física.” Na escola, estudam 820 alunos matriculados do 1º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio.

PM aponta necessidade de intervenção em terreno baldio

O comandante de 135ª Companhia da Polícia Militar, capitão Alexandre Barbosa Antunes, reforçou o apoio que será dado à escola e a importância de realizar ações integradas. “Trabalharemos em dois caminhos, o primeiro deles envolve as polícias militar e civil na investigação para identificar e prender os autores. O segundo é intensificar o policiamento no entorno da escola. É importante que estas ações sejam integradas aos trabalhos da direção, da comunidade e do poder público”, explica. “Nós fizemos a rota que os invasores devem ter realizado para ter acesso à escola, o que mostra a necessidade de intervenção da Prefeitura no terreno baldio ao lado. Também é importante a liberação de verbas estaduais para que a escola possa investir em autoproteção.”

Procurada pela Tribuna, a assessoria da SEE informou que “está ciente” dos ocorridos na Escola Estadual Batista de Oliveira. ” A escola possui infraestrutura física de segurança, mas por estar localizada em um local de vulnerabilidade social vem registrando constantemente problemas com roubos e furtos. A Superintendência Regional de Ensino (SRE) reitera que conta com o apoio da PM para fazer a segurança da unidade de ensino e arredores, e também aguarda posição da direção da escola para solicitar a reposição dos equipamentos o mais breve possível.” Sobre a liberação da verba, afirmou que “o termo já foi aprovado e aguarda liberação de recursos, mas que serão destinados para compras de material de escritório”.
Sobre a necessidade de intervenção no terreno baldio, a Secretaria de Administração e Recursos Humanos (SARH), informou, por nota, que uma equipe vai ao local nos próximos dias, para verificar a situação do terreno e tomar as devidas providências.

Designação

Paralelo ao cenário de depredação, servidores aguardavam do lado de fora a realização do processo de designação, que vem se arrastando desde janeiro em algumas escolas. “Estamos abalados, muito tristes com toda essa situação, e temos que continuar trabalhando, mesmo nestas condições. Enfrentamos falta de professores e funcionários, então, precisamos dar continuidade a este processo”, afirmou Henrique.

Almirante Barroso

Nas duas ações na Escola Estadual Almirante Barroso, os bandidos entraram pela porta da frente da instituição, que fica em uma praça em frente à Avenida Juscelino Kubitschek, a via mais movimentada da região. Nem as câmeras de segurança inibiram os bandidos, que aparentam ser menores de idade. “É triste ver a frieza com que eles agiram. Subiram em um banco, viraram a câmera. A gente se sente muito agredido”, disse a diretora da escola, Maria Elizabeth Delgado de Oliveira. Segundo ela, o colégio já havia sido arrombado diversas vezes, mas, após a colocação das câmeras, em 2015, os casos cessaram.

Nas primeira invasão, no dia 24, foram levados uma TV de 32 polegadas, um botijão de gás e um som. Quatro dias depois, os ladrões furtaram um monitor de 14 polegadas, dois teclados, uma impressora, um amplificador e oito caixas de som de home theater. Além disso, eles arrebentaram duas portas e estragaram grades. “Além dos materiais, gastamos quase R$ 2 mil com serviços de serralheiro para arrumar o que foi estragado”, disse a diretora.

 

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