Viviany Anderson relembra a carreira e o orgulho de ter representado Juiz de Fora no esporte

Atleta e educadora física participou de provas em diferentes países e ajuda pessoas com projetos sociais


Por Bernardo Marchiori

01/06/2025 às 07h00- Atualizada 02/06/2025 às 18h20

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No Museu Mariano Procópio, Viviany agora vive um novo cenário: além das lembranças de décadas dedicadas à corrida, ela transforma o local em espaço de aprendizado e reforça sua conexão com Juiz de Fora, cidade que ainda representa em provas pelo mundo (Foto: Leonardo Costa)

Viviany Anderson, do Brasil!” celebrou Galvão Bueno em uma das muitas conquistas da atleta e educadora física, nascida em Juiz de Fora, no Bairro Monte Castelo, na Região Norte do município. “Muita gente lembra até hoje. Ainda fico arrepiada de lembrar todos gritando meu nome. Me agradecem por ter levado Juiz de Fora para o mundo inteiro”, conta

O arrepio foi verdadeiro e comprovado pela reportagem da Tribuna. Expoente do esporte na cidade, Viviany descobriu a corrida aos 18 anos – um ano depois de voltar a Juiz de Fora. “Nasci em casa mesmo. Não deu tempo de ir para o hospital. Aos três anos, fui para São João del-Rei, onde a minha família materna morava. Aos 17, voltei para cá. Há 38 anos, estou correndo nessa cidade maravilhosa.” Logo de cara, sua primeira corrida foi uma meia-maratona, de 21 quilômetros, sem ao menos treinar. Sua honesta reação se reduz a três palavras: “foi muito louco”.

“Assim que voltei para JF, conheci a Amélia, uma portuguesa que trabalhava na rede ferroviária e chamo de ‘mãe’. Ela me introduziu na queimada, na bocha e na corrida. Nesta última, foi assustador: uma pessoa que não corre, e nem sabia o que era uma meia-maratona, começar em uma prova desta distância. Corri com botinha, roupa de ‘quarto zagueiro’ e completei a prova sendo a terceira colocada da minha categoria e a primeira entre as ferroviárias. Fiquei duas semanas sem andar direito”, brinca.

Depois, foi a segunda colocada em uma corrida da Polícia Militar. Assim, conheceu Jefferson Viana, que foi seu treinador e a chamou para a equipe da Companhia Paraibuna de Metais. “Ali, começou a história de Viviany Anderson como atleta.” Atualmente, ela treina no Museu Mariano Procópio, onde prepara seus atletas. “Trabalho há 30 anos com projetos sociais. Comecei a sementinha aqui e agora está estendendo para outras cidades – Chácara, Pequeri, Senador Côrtes.”

Ela chegou a parar por um tempo no meio do caminho, em 1990. Mas, como uma boa corredora, o importante é alcançar a linha de chegada. “Pensei: ‘a sementinha já foi plantada, a árvore já está crescendo. Como vou parar? Eu quero colher frutos’. Em 1991, voltei a correr; em 1992, já era uma das melhores do Brasil, campeã sul-americana de meia-maratona”, relata. A linha de chegada, no caso dela, ainda não foi alcançada: em 2025, representará Juiz de Fora na 100ª edição da São Silvestre.

Na entrevista, Viviany lembra de várias de suas conquistas: medalha de bronze no Pan-americano de 1999, no Canadá; quinta e quarta colocada na São Silvestre de 1996 e 1997, respectivamente; entre outras. Isso sem falar nas corridas nos EUA, na Alemanha, na Hungria e na Espanha. Mas, visivelmente, a voz de 38 anos de esporte ganha um tom ainda mais carinhoso quando lembra de Juiz de Fora. “Participei de várias provas especiais na cidade. Principalmente a primeira: tenho o troféu até hoje. Também destaco a Corrida da Fogueira, que já ganhei quatro vezes”, ressalta com humildade.

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Em foto de 2013, Viviany Anderson corre pelas ruas de Juiz de Fora; cidade onde deu os primeiros passos como atleta e que continua presente em sua trajetória no esporte (Foto: Lucas Tavares)

Projetos sociais de Viviany Anderson

A Viviany atleta exala felicidade em falar das suas conquistas pessoais, mas não mais do que quando comenta sobre seus projetos sociais, que trabalha há 30 anos. A educadora física considera importante levar “suas” (como a própria diz) crianças, adolescentes e adultos para participar de provas em Juiz de Fora. “Trabalho com pessoal para concurso, realizando sonhos. Com pessoas que correm profissionalmente e querem conseguir uma profissão. Um deles, por exemplo, que está treinando na UFJF, é um dos melhores de Minas e, em breve, do Brasil.”

Alguns de seus projetos funcionam para pessoas de dez anos até a categoria adulta. “Como vou falar não para crianças pequenas que querem fazer atletismo? É muito gostoso você colocar um esporte como base. A corrida se transforma em base para concurso, para outros esportes, para corrida de rua.”

Outro ponto levantado por Viviany é a importância do Ranking de Corridas de Rua de Juiz de Fora. “Foi aqui que eu comecei, aqui que eu ensino meus atletas a correr. Também temos agora os atletas recreacionais. Ou seja, é muita gente participando de provas. É importante valorizar as da cidade.”

Tópicos: corrida

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