Bolsonaro decreta luto oficial de três dias pela morte da rainha Elizabeth

Autoridades brasileiras e mundiais enviaram mensagens à família real britânica; Rei Charles III, filho mais velho da monarca, assumirá o trono


Por Agência Estado e Agência Brasil

08/09/2022 às 21h53

O presidente Jair Bolsonaro (PL) decretou luto oficial de três dias no país pela morte da rainha Elizabeth II nesta quinta-feira (8). A decisão foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU). A monarca morreu aos 96 anos, após ocupar o trono por 70 anos, no que foi o reinado mais longevo da história do Reino Unido. O rei Charles III assumiu nesta quinta o posto, e uma cerimônia marcada para esta sexta-feira deve oficializar a mudança.

“É declarado luto oficial em todo o país, pelo período de três dias, contado da data de publicação deste Decreto, em sinal de pesar pelo falecimento da Sua Majestade a rainha Elizabeth II, do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”, diz o comunicado do governo brasileiro.

Pela legislação, durante o luto oficial, a Bandeira Nacional fica hasteada a meio mastro em todas as repartições públicas.

Uma das últimas manifestações oficiais da rainha Elizabeth II foi justamente em relação ao Brasil. Ela publicou mensagem, dirigindo-se ao Presidente da República nesta quarta-feira, 7 de setembro, para enviar felicitações ao povo brasileiro pela celebração dos 200 anos da Independência. Na mensagem, a rainha disse que lembrava com carinho da visita que fez ao país em 1968.

Em seu Twitter, o presidente escreveu: “Muitas vezes, a eternidade nos surpreende, tirando de nós aqueles que amamos, mas, hoje, foi a vez da eternidade ser surpreendida com a gloriosa chegada de Sua Alteza, a Rainha do Reino Unido. Que Deus a receba em sua infinita bondade e conforte sua família e o povo britânico”.

Outras autoridades do país também se manifestaram nas redes sociais. Principal adversário do chefe do Executivo na disputa pelo Palácio do Planalto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que Brasil e Reino Unido tiveram “excelentes relações diplomáticas, políticas e comerciais” quando ele governou o país.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que a rainha cumpriu seu papel constitucional “com louvor” e foi “exemplo de estadista”. Já o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que as ligações históricas entre Brasil e Reino Unido se fortaleceram no período em que Elizabeth II reinou.

Primeira-ministra diz que rainha é responsável pelo Reino Unido ser um ‘ótimo país’

À tarde, a primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, disse estar devastada pela notícia da morte da rainha Elizabeth II, anunciada nesta quarta, e afirmou ser um choque imenso para a nação e o mundo. “A rainha Elizabeth II foi a rocha sobre a qual a Grã-Bretanha moderna foi construída. Nosso país cresceu e floresceu sob seu reinado. O Reino Unido é o grande país que é hoje por causa dela”, disse a premiê, em discurso.

Truss assumiu a nova posição na última terça-feira (6), quando foi nomeada por Elizabeth II em cerimônia rápida no Castelo de Balmoral, na Escócia, como a 15ª pessoa a estar no cargo durante seu reinado.

Em sua fala nesta quinta, a premiê afirmou que a monarca forneceu estabilidade e forças necessárias para o Reino Unido. “É uma conquista extraordinária ter presidido com tanta dignidade e graça por 70 anos. Sua vida de serviço se estendeu além da maioria de nossas memórias vivas.”

“Hoje a Coroa passa – como tem feito há mais de mil anos – ao nosso novo monarca, nosso novo chefe de Estado: Sua Majestade o Rei Carlos III. Com a família do rei, lamentamos a perda de sua mãe. E enquanto choramos, devemos nos unir como povo para apoiá-lo.”

Líderes mundiais também se manifestam

Os principais líderes mundiais manifestaram condolências e ressaltaram a importância da rainha no cenário internacional.

“Conhecemos a rainha em 1982, viajando para o Reino Unido como parte de uma delegação do Senado [norte-americano]. No total, ela conheceu 14 presidentes americanos. Ela ajudou os americanos a comemorar o aniversário da fundação de Jamestown e o bicentenário de nossa independência”, declarou, em nota oficial, o presidente norte-americano Joe Biden, que lembrou a solidariedade da rainha após os atentados de 11 de setembro de 2001.

O presidente francês, Emmanuel Macron, ressaltou o importante papel da rainha na manutenção das relações amigáveis entre o Reino Unido e a França. “Sua Majestade, a Rainha Elizabeth II, incorporou a continuidade e a unidade da nação britânica por mais de 70 anos. Lembro-me dela como uma amiga da França, uma rainha de bom coração que deixou uma impressão duradoura em seu país e em seu século”, postou Macron no Twitter.

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, destacou a sabedoria e a compaixão da rainha. “Ao olharmos para trás, para sua vida e seu reinado, que durou tantas décadas, os canadenses sempre se lembrarão e apreciarão a sabedoria, a compaixão e o calor de Sua Majestade. Nossos pensamentos estão com os membros da família real durante este momento mais difícil”, escreveu Trudeau no Twitter. Por fazer parte da Commonwealth, o Canadá tem o monarca britânico como chefe de Estado.

Na Espanha, o primeiro-ministro, Pedro Sánchez, lamentou a morte e destacou o papel histórico da rainha. “Uma figura de relevância mundial, testemunha da História britânica e europeia”, postou Sánchez no Twitter.

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