Lula é empossado e se torna presidente pela terceira vez
Presidente falou para cerca de mil convidados no Congresso em seu primeiro discurso do mandato
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi oficialmente empossado presidente da República neste domingo (1º de janeiro). No Congresso, Lula falou para cerca mil pessoas convidadas. Deputados e senadores, atuais e eleitos, ministros escolhidos por Lula, ministros de tribunais superiores, familiares do presidente eleito, familiares do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), funcionários do Congresso Nacional, ex-presidentes da República, ex-presidentes do Congresso e 80 integrantes de delegações internacionais estão entre os convidados presentes.
“Quando fui eleito presidente pela primeira vez, ao lado do José Alencar, iniciei o discurso de posse com a palavra mudança. A mudança que pretendíamos era simplesmente concretizar os preceitos constitucionais. O direito à vida digna, sem fome, com acesso ao emprego, saúde e educação”, disse Lula.
O presidente citou realizações dos seus dois primeiros mandatos e afirmou que, diante do avanço da miséria e regressão da fome, é preciso repetir o discurso de 20 anos atrás. Sem citar nominalmente o agora ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Lula destacou que o governo adversário destruiu as políticas públicas do país e dilapidou as estatais e os bancos públicos, nos quais os recursos “foram raptados para saciar rentistas”.
“O diagnóstico que recebemos do Gabinete de Transição é estarrecedor. Esvaziaram os recursos da Saúde. Desmontaram a Educação, a Cultura, Ciência e Tecnologia. Destruíram a proteção ao Meio Ambiente. Não deixaram recursos para a merenda escolar, a vacinação, a segurança pública”, continuou Lula.

Desfile em carro aberto

Mesmo com um clima tenso, Lula rejeitou a recomendação da equipe de segurança e optou por desfilar em carro aberto. Em conversas reservadas, argumentou que a posse é uma festa e não pode ficar refém de ameaças. Ele desfilou da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja. No mesmo carro, estavam o vice Geraldo Alckmin (PSB), acompanhado da esposa, Lu Alckmin.
Uma grande operação para garantir a segurança da posse foi montada. Ao todo, a mobilização envolveu envolver até oito mil agentes. Sem incluir o contingente da Polícia Militar e do Exército, o policiamento na Esplanada e na Praça dos Três Poderes teve 1.500 integrantes – mil policiais federais, 300 policiais civis e 150 homens e mulheres do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal. Houve ainda reforço aéreo com helicópteros da PM, que, por questões de segurança, não informou o total de militares a serviço durante o dia.
Antes de a cerimônia ter início, um homem chegou a ser preso pela Polícia Militar do Distrito Federal ao tentar entrar na área destinada à posse de Lula com uma faca e fogos de artifício.
Multidão na posse
A Esplanada dos Ministério recebeu um multidão desde as primeiras horas deste domingo para a cerimônia de posse. No sábado, caravanas foram vistas chegando à capital federal com eleitores segurando bandeiras, camisetas e bonés vermelhos.
O público esperado era de cerca de 300 mil pessoas, segundo a equipe de transição de governo. Mas, por questão de segurança, o acesso à Praça dos Três Poderes ficou limitado a 30 mil pessoas durante a cerimônia. O evento de posse foi turbinado por um festival de música com a participação de cerca de 60 artistas.
‘União e Reconstrução’
Nesta terceira administração do petista, a marca do governo federal será “União e Reconstrução”. Desenvolvida pela equipe do marqueteiro da campanha do petista, Sidônio Palmeira, foi exibida em telão no Salão Nobre do Palácio do Planalto.
A logomarca traz o Brasil com as cores verde, amarela e azul, além de vermelho e preto, em parte das letras. As palavras-chave do slogan representam, segundo ele, tarefas principais do governo Lula 3.