Dengue: Juiz de Fora tem mais de 4 mil casos prováveis e 5 óbitos confirmados em 2025

Proximidade com verão acende alerta para período sazonal das arboviroses


Por Bernardo Marchiori

22/11/2025 às 09h55

Ao longo de 2025, Juiz de Fora já registrou mais de 4.024 casos prováveis de dengue, além de cinco óbitos confirmados e dois em investigação. A classificação leva em conta atualização feita na última semana e se refere a todos os casos notificados, exceto os descartados após investigação. Os dados estão disponíveis no painel de monitoramento de arboviroses da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).

Os números são os maiores desde 2019 – excluindo 2024, quando houve registro de epidemia da de dengue. Dos casos, 146 foram considerados graves ou com sinais de alarme. A letalidade sobre esses casos é de 3,42%. Quanto aos óbitos, a Tribuna buscou mais detalhes junto à Prefeitura de Juiz de Fora. Contudo, a Administração municipal não respondeu até a publicação da matéria.

O penúltimo sábado do mês de novembro – dia 22 neste ano – foi instituído, pelo Governo Federal, como o Dia Nacional de Combate à Dengue. O objetivo é mobilizar iniciativas do Poder Público e a participação da população para a realização de ações destinadas ao combate ao vetor da doença.

Sazonalidade da dengue

De acordo com o Ministério da Saúde, a dengue possui padrão sazonal, com aumento do número de casos e o risco para epidemias principalmente entre os meses de outubro a maio. O subsecretário de Vigilância em Saúde da SES-MG, Eduardo Prosdocimi, complementa que o período engloba as outras arboviroses transmitidas pelo Aedes aegypti: Zika, Chikungunya e febre amarela.

“Cada vez mais reforçamos as ações de prevenção para enfrentarmos esse período sazonal. Temos a política dos drones, que fazem sobrevoo para verificar focos de água parada; recursos destinados aos municípios mineiros e para vigilância laboratorial – exames em todo o interior de Minas Gerais e na capital”, destaca.

Além disso, Eduardo reforça que o papel da população no combate ao mosquito: segundo ele, cerca de 80% dos focos estão dentro do ambiente de casa das pessoas. “Portanto, se cada um, em 10 minutos semanais, evitar os focos de água parada, com certeza iremos vencer o período sazonal. Vale lembrar que em 2024 nós tivemos a pior epidemia da nossa história.”

Principais sintomas

Os principais sinais que indicam o contágio de dengue são febre e dor pelo corpo, como ressalta Eduardo Prosdocimi. “Se apresentar esses sinais, não faça automedicação. Procure, imediatamente, uma unidade de saúde para fazer o protocolo de manejo clínico adequado. Muitas vezes, o indicado será a hidratação, a partir do peso e comorbidades do paciente.”

A presença de comorbidade, inclusive, pode levar a potencial agravamento. Nos cinco casos de óbito em Juiz de Fora (quatro mulheres e um homem), por exemplo, as vítimas fatais apresentavam comorbidades. Dentre elas, a diabetes e a hipertensão aparecem em três deles; doenças autoimune, hematológica e renal também estão envolvidas em um caso cada.

“Muitas pessoas que não procuram a atenção primária no momento adequado, o que leva a uma evolução da dengue a um quadro mais grave. Assim, no retorno à unidade de saúde, a possibilidade de agravamento é muito maior.”

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