Dengue: Juiz de Fora tem mais de 4 mil casos prováveis e 5 óbitos confirmados em 2025
Proximidade com verão acende alerta para período sazonal das arboviroses
Ao longo de 2025, Juiz de Fora já registrou mais de 4.024 casos prováveis de dengue, além de cinco óbitos confirmados e dois em investigação. A classificação leva em conta atualização feita na última semana e se refere a todos os casos notificados, exceto os descartados após investigação. Os dados estão disponíveis no painel de monitoramento de arboviroses da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).
Os números são os maiores desde 2019 – excluindo 2024, quando houve registro de epidemia da de dengue. Dos casos, 146 foram considerados graves ou com sinais de alarme. A letalidade sobre esses casos é de 3,42%. Quanto aos óbitos, a Tribuna buscou mais detalhes junto à Prefeitura de Juiz de Fora. Contudo, a Administração municipal não respondeu até a publicação da matéria.
O penúltimo sábado do mês de novembro – dia 22 neste ano – foi instituído, pelo Governo Federal, como o Dia Nacional de Combate à Dengue. O objetivo é mobilizar iniciativas do Poder Público e a participação da população para a realização de ações destinadas ao combate ao vetor da doença.
Sazonalidade da dengue
De acordo com o Ministério da Saúde, a dengue possui padrão sazonal, com aumento do número de casos e o risco para epidemias principalmente entre os meses de outubro a maio. O subsecretário de Vigilância em Saúde da SES-MG, Eduardo Prosdocimi, complementa que o período engloba as outras arboviroses transmitidas pelo Aedes aegypti: Zika, Chikungunya e febre amarela.
“Cada vez mais reforçamos as ações de prevenção para enfrentarmos esse período sazonal. Temos a política dos drones, que fazem sobrevoo para verificar focos de água parada; recursos destinados aos municípios mineiros e para vigilância laboratorial – exames em todo o interior de Minas Gerais e na capital”, destaca.
Além disso, Eduardo reforça que o papel da população no combate ao mosquito: segundo ele, cerca de 80% dos focos estão dentro do ambiente de casa das pessoas. “Portanto, se cada um, em 10 minutos semanais, evitar os focos de água parada, com certeza iremos vencer o período sazonal. Vale lembrar que em 2024 nós tivemos a pior epidemia da nossa história.”
Principais sintomas
Os principais sinais que indicam o contágio de dengue são febre e dor pelo corpo, como ressalta Eduardo Prosdocimi. “Se apresentar esses sinais, não faça automedicação. Procure, imediatamente, uma unidade de saúde para fazer o protocolo de manejo clínico adequado. Muitas vezes, o indicado será a hidratação, a partir do peso e comorbidades do paciente.”
A presença de comorbidade, inclusive, pode levar a potencial agravamento. Nos cinco casos de óbito em Juiz de Fora (quatro mulheres e um homem), por exemplo, as vítimas fatais apresentavam comorbidades. Dentre elas, a diabetes e a hipertensão aparecem em três deles; doenças autoimune, hematológica e renal também estão envolvidas em um caso cada.
“Muitas pessoas que não procuram a atenção primária no momento adequado, o que leva a uma evolução da dengue a um quadro mais grave. Assim, no retorno à unidade de saúde, a possibilidade de agravamento é muito maior.”








