Café em nome do pai e do filho
Matheus Braga, da cafeteria Flux, ensina receita do Cappuccino A, protagonista de uma singela história familiar
Muitas vezes, um costume passa de geração em geração e, em algumas delas, sem haver ensino algum. É quase uma intuição. “A Flux sempre vai estar no caminho da minha vida”, diz o empresário Rafael Vidal. Na cafeteria que fica no Centro da cidade, ele aprendeu a tomar café sem a quantidade de sachês de açúcar que colocava. Isso porque seu pai, o juiz Armando Senna de Carvalho, frequentava o espaço antes mesmo de ter o nome de Flux, quando ainda era a livraria-cafeteria A Terceira Margem. Depois de o pai falecer, em 2014, Rafael, que passou um tempo longe de Juiz de Fora, foi conhecer a Flux. Conhecendo-a, ele passou a entender as manias do pai e a ter suas próprias.
Hoje, é Matheus Braga do Vale o responsável pela Flux. Quando contactado sobre a possibilidade de participar do Receita de Família e ensinar alguma receita aos leitores, ele não arredou o pé: tinha que ser o Cappuccino A. E ele explica o motivo: quem o ensinou sobre o mundo dos cafés foi o antigo dono da Flux, Alex Cotta, e uma receita que não podia sair do cardápio era a do Cappuccino A.
Rafael já deixa claro que a família gosta de conversar. Seu pai, mesmo depois de a livraria ter fechado, continuou indo assiduamente ao espaço, que passou a ser Flux. Um dia, conversando com Alex, contou que gostava de cappuccino gelado. O dono, então, logo pensou em uma receita para agradar o cliente, que tinha mesa, cadeira e utensílios próprios. E, realmente, o agradou. Tanto que, quando Armando faleceu, a bebida entrou no cardápio.
Quando Rafael foi até a Flux, mostraram a ele a mesa na qual seu pai passava o tempo. Ele passou a frequentar quase diariamente a cafeteria e gosta de sempre sentar à mesa ao lado, como se estivesse ao lado do pai. “É meu lugar de segurança. Eu gosto muito de cafeteria, mas, lá, tem um lado emocional que me puxa.”
Nem sempre Rafael pede o Cappuccino A, já que tem tentando maneirar no açúcar, mas, quando pede, diz que sente que está se conectando com o pai. Além disso, aprecia o gosto, pela mistura de sabores: um toque de caramelo, o frescor da batida, tudo com a energia do café, que, para ele, é indispensável. O café, para Rafael, é motivo de encontro.
Na receita, o café usado é o espresso. De acordo com Matheus, dessa forma, o cappuccino agrega mais sabor. Mas, se não tiver em casa, pode ser o normal, coado na hora, que o frescor é o mesmo.
Cappuccino A
Por Matheus Braga
Ingredientes
1 xícara simples de café espresso duplo
3 colher de açúcar mascavo
4 colheres de cappuccino mix
7 pedras de gelo
Calda de caramelo
Modo de preparo
Bata o café, o cappuccino, o açúcar mascavo e o gelo no liquidificador. Quando tudo estiver misturado, transfira para uma xícara maior, decorada com a calda de caramelo.
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