Cristo Boulevard, inovação e negócios na Cidade Alta
PUBLIEDITORIAL
Centro comercial na estrada de acesso ao Mirante do Cristo reúne 15 empresas de diferentes ramos de atuação que geram cem empregos diretos. Obra recente executada pela Prefeitura com iluminação de fiação subterrânea deixou a estrada Engenheiro Gentil Forn ainda mais preparada para abrigar o futuro. Região já atrai novos investidores.
É domingo. No lugar por onde circularam personagens ilustres da nossa história, como o imperador Dom Pedro II que se embrenhou mata a dentro para chegar até o ponto mais emblemático de Juiz de Fora, passeiam agora famílias inteiras. Amigos, namorados, gente de negócio, turistas em compras, caminhantes de todas as idades descortinam inéditas paisagens urbanas. Trilhas ecológicas se cruzam com o asfalto e despertam o cuidado e o respeito à natureza, inclusive humana, pelos caminhos que levaram nossa gente a erguer o primeiro monumento ao Cristo Redentor no país, muito antes do vizinho Rio de Janeiro.
Em cafés, bares e restaurantes lotados em torno de uma cerveja artesanal cada vez melhor produzida por estas bandas e da boa comida que sempre desafiou paladares ecoam risos de gente feliz ou pelo menos mais tranquila. Enfim, a cidade fez as pazes consigo mesma e uniu o passado e o presente, reverenciando a memória e inovando ao mesmo tempo no jeito de fazer negócio. Essa é a proposta do ousado movimento Cristo Boulevard que mobiliza empresários da estrada Engenheiro Gentil Forn – caminho de acesso ao Mirante do Cristo, moradores da Cidade Alta e a Prefeitura de Juiz de Fora.
E pelo andar da carruagem, a uniãoda iniciativa privada com o poder público em torno do objetivo de criar um novo centro comercial e de serviçosconsolidará em breve um jeito diferente, sustentável e até mais afetivo de enxergar a cidade. Idealizadores da iniciativa, os empresários Adriana Barros e Luiz Espada destacam as mudanças no hábito de vida e de consumo que obrigam uma nova postura empresarial, sem perder, contudo, os vínculos com a identidade própria de cada lugar.
Já efetivamente estabelecido na Cidade Alta, que concentra o maior PIB per capita de Juiz de Fora, o Cristo Boulevard, com comércio diversificado e geração aproximada de cem empregos diretos, inova na forma de somar esforços, aglutinar empreendedores com uma visão diferenciada ao senso comum. “O que temos visto no Brasil é a força da sociedade civil, da iniciativa privada, na retomada da economia. São os empresários e os trabalhadores que estão redesenhando o cenário muito comprometido pela crise recente. Por isso, apostamos que 2018 será um ano sem euforia, mas de muito otimismo e trabalho”, afirma Adriana. “Não é mais um desejo, sonho ou projeto. O Cristo Boulevard veio para ficar”, acrescenta Luiz.
Entusiasta da iniciativa, o arquiteto e urbanista Rogério Mascarenhasressalta que a criação de uma nova centralidade urbana em torno do Morro do Cristo tem um componente ainda mais importante que abarca a história, a cultura e o meio ambiente. “Hoje as pessoas sobem até o Morro do Cristo que tem uma vista linda, mas não permanecem porque não há muito o que fazer” diz Mascarenhas convencido das inúmeras possibilidades de exploração turística da região, como já se observa no Cristo Boulevard instalado logo no começo da estrada Engenheiro Gentil Forn.
“A questão ecológica também precisa ser considerada por ser tratar de uma área de preservação com uma mata que está no coração da cidade”, acrescenta o urbanista, no comentário que o fez recordar da aventura de Dom Pedro II pela trilha que parte do Museu Mariano Procópio, passa pelo Vale do Ipê, atravessa os fundos do Privilège, segue pelo Cristo Boulevarde alcança o Morro do Cristo. “Esse caminho usado pelo imperador deve ser lembrado, resgatado e valorizado”, diz o urbanista.
Edital para exploração de restaurante no Mirante sai em 60 dias
Não menos empolgado que o arquiteto e urbanista Rogério Mascarenhas, o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, João Matos, explica que a Prefeitura tem levado a proposta do Cristo Boulevard para encontros com potenciais investidores. “Não temos dúvida de que o caminho de acesso ao Morro do Cristo é uma excelente opção na Cidade Alta. A iniciativa privada será a grande alavancadora para que as coisas aconteçam do jeito que todos desejam”, acrescenta o secretário, ciente do papel do poder público em fomentar o desenvolvimento.
Em 60 dias, inclusive, a Prefeitura deve publicar o edital de ocupação da área destinada ao restaurante no Mirante do Cristo. “Já temos valor de fase, avaliação profissional do perito e vamos, justamente na próxima semana, encaminhar para a CPL (Comissão Permanente de Licitação), para que um primeiro estudo identifique se a proposta atende os regramentos que estamos estabelecendo”, observa o secretário. A ideia é “colocar uma empresa para administrar o restaurante ou,nesta questão da cultura da cerveja artesanal,abrir para entidades. A necessidade é ter ali uma marca que leve as pessoas até lá. Marca forte, com expertise em administrar um espaço daqueles tão maravilhoso. A melhor vista da cidade, a mais cobiçada com certeza”.
Mesmo sem ser economista, Mascarenhas, que já fez inclusive projeto para uma casa noturna na área a ser licitada, sugere uma boa forma de ocupação do espaço no Mirante. “É preciso usar a criatividade e bolar um tipo de negócio que seja mais viável com pequenos estabelecimentos compartilhando a área. Belo Horizonte abriu recentemente um espaço que se chama Mercado da Boca, inspirado no Mercado da Ribeira, em Portugal, e pode ser um bom caminho”, observa.
Várias pequenas empresas, como cervejarias artesanais, hamburguerias, lojas de artesanato e pizzarias, que têm uma gestão mais fácil, poderiam compartilhar o espaço, dividir as despesas, viabilizando a iniciativa em todos os dias da semana e não apenas aos sábados e domingos. Um coworking turístico, símbolo da modernidade, a exemplo da obra recente executada pela Prefeitura com iluminação de fiação subterrânea que deixou a estrada Engenheiro Gentil Forn ainda mais preparada para abrigar o futuro.