Como fica o uso de medicamentos e vacinas durante a pandemia?

PUBLIEDITORIAL

Médicos da Santa Casa de Juiz de Fora esclarecem as principais dúvidas a respeito do calendário vacinal e remédios de uso controlado, anti-inflamatórios e analgésicos


Por Santa Casa

08/06/2020 às 07h00

Logo Santa CasaO Brasil iniciou seu terceiro mês de pandemia. E com ele chegaram os dias mais frios. O inverno, que começa dentro de alguns dias, é a estação do ano que mais favorece o surgimento de resfriados, gripes, quadros alérgicos e doenças respiratórias. A diferença, porém, é que neste ano há mais uma enfermidade no ar, a Covid-19, que possui sintomas muito parecidos e, portanto, há dúvidas sobre quais medicamentos usar neste casos.

Além disso, mesmo com muitas atividades paralisadas, as campanhas de vacinação e o cumprimento do calendário previsto pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) não pararam. Recentemente foi realizada a campanha anual de imunização contra influenza (H1N1), que neste ano teve um objetivo muito maior: auxiliar os profissionais de saúde a descartarem a doença na triagem de casos para o novo coronavírus.

Para ressaltar sobre a importância da vacinação e também sobre o uso de medicamentos após orientação médica, o Saúde em Dia, o canal de comunicação da Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, traz orientações para esclarecer a população a respeito destes temas, reforçando seu compromisso com a transparência e a informação de qualidade.

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Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora reforça seu compromisso com a transparência e a informação de qualidade (Foto: Leonardo Costa)

O médico membro do Conselho de Administração da Santa Casa de Juiz de Fora, Dr. Renato Loures, ressalta que, apesar de estarmos vivenciando um momento único na história recente da saúde pública, a pandemia provocada pelo coronavírus não deve desestimular os demais cuidados que devemos ter com a nossa saúde e a dos nossos familiares. “Um desses cuidados é o calendário vacinal das crianças, um assunto que particularmente me toca pela minha formação de médico pediatra. Os pais devem procurar manter as vacinas em dia, tomando, claro, todos os cuidados e precauções no momento da ida aos postos ou clínicas especializadas”, destaca.

Reforçando essas recomendações, a médica infectologista Simone Pifano, responsável pelo serviço de controle de infecção hospitalar da Santa Casa e membro do Comitê Gestor para o Covid-19 formado pela instituição, lembra que a vacina mais importante desta época do ano é a da influenza, que, apesar de não ter ação sobre o coronavírus, previne de outra doença respiratória importante: a gripe. “Além de ser confundida com a infecção causada pelo corona, a H1N1 pode evoluir com gravidade e até mesmo levar à morte.”

Conforme nota técnica assinada conjuntamente pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), o Programa Nacional de Imunizações é uma ação de muito sucesso e adquiriu, ao longo dos anos, credibilidade e confiança por parte da população. Neste documento, as entidades ressaltam sobre o cenário epidemiológico de outras doenças no país – como sarampo, febre amarela, coqueluche e rubéola -, que, para ser controlado, depende da elevada cobertura vacinal.

Desta forma, as entidades recomendam que a oferta de vacinas deve ser mantida e a população deve fazer a sua parte. A SBP e a SBIm informam que não há evidências sobre a interação da Covid-19 com estas vacinas, mas reitera que qualquer pessoa com sintomas respiratórios ou febre deverá ser orientada a não comparecer aos centros de vacinação. “Casos suspeitos ou confirmados de Covid-19 poderão ser vacinados após a resolução dos sintomas e passado o período de 14 dias do isolamento”, informam por meio do documento.

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“Os pais devem procurar manter as vacinas em dia, tomando, claro, todos os cuidados e precauções no momento da ida aos postos ou clínicas especializadas”, Dr. Renato Loures, membro do Conselho de Administração da Santa Casa de Juiz de Fora (Foto: Leonardo Costa)

Medicamentos: quais usar e quais suspender?

Logo no começo da pandemia, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) orientou a população a utilizar, em caso de dor ou febre (que também são sintomas da Covid-19), antitérmicos e analgésicos à base de paracetamol ou dipirona, desde que prescritos e orientados pelo médico.
Segundo a médica infectologista da Santa Casa, Simone Pifano, ambos podem ser usados sem problemas em relação ao vírus, porém existem pessoas que, previamente, já apresentaram alguma reação de hipersensibilidade ou intolerância a um desses medicamentos.

“Portanto, em algumas situações podem ser necessárias outras alternativas.”

Sobre o uso de aspirina, relaxantes musculares e anti-inflamatórios, geralmente contraindicados para conter os primeiros sintomas de dengue, zika e chikungunya, por exemplo, a especialista explica que, inicialmente, os médicos temiam o surgimento de problemas maiores na utilização desses remédios em caso de coronavírus. Contudo, até o momento, não se comprovou dano. “Porém, são medicamentos que devem ser usados com indicação médica e não por meio da automedicação”, ressalta.

Outra dúvida muito comum vem de pessoas que fazem uso de medicamentos controlados, como pacientes cardíacos e diabéticos. Nestes casos, Simone explica que remédios de uso contínuo e habitual não devem ser descontinuados, exclusivamente, pelo fato de ter a infecção viral. “Entretanto, pode haver a necessidade de ajuste, bem como aumento, redução ou até mesmo a suspensão destas medicações. Claro que isto dependerá do quadro clínico evolutivo do paciente e possíveis intercorrências associadas às doenças de base, ou disfunção orgânica provocadas pela Covid-19”, finaliza.

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