Uma lembrança da eternidade
PUBLIEDITORIAL
Com apoio da iniciativa privada, Santa Casa inaugura espaço de celebração no Cemitério Parque da Saudade. Projeto respeita e reforça a arquitetura harmoniosa da década de 1970 ao criar eixo que integra as cinco capelas recém reformadas
Na solenidade que inaugurou o novo espaço de celebração, no cemitério Parque da Saudade, no sábado que antecedeu Finados, o provedor da Irmandade Nosso Senhor dos Passos, mantenedora da Santa Casa, José Ventura, destacou que o objetivo da entidade é servir melhor à comunidade e que este serviço se faz oportuno sobretudo nos momentos de sofrimento das famílias enlutadas. Durante a benção das instalações, após a leitura de trecho bíblico, monsenhor Miguel Falabella de Castro afirmou que o cemitério é uma “lembrança da eternidade”.

“A Santa Casa prima pela satisfação e pela qualidade no atendimento. A morte é um momento de fragilidade e as pessoas precisam se sentir acolhidas. A parceria com a iniciativa privada permitiu ampliar os nossos esforços, já iniciados com as obras de reforma e melhoria das capelas, ao criar esse novo espaço mais adequado à realização das celebrações religiosas, ao longo do ano”, afirmou o presidente da Santa Casa, Renato Loures, ao agradecer a participação dos empresários Marcelo Mendonça e Marcelo Machado.
Para o superintendente da Santa Casa, Aloisio Goreske, a parceria é muito positiva para a melhoria contínua da qualidade do atendimento.
“O Parque da Saudade é uma unidade de negócios importante para o conjunto das ações que realizamos na Santa Casa em benefício de toda a comunidade e presta um serviço nobre, específico, no sentido de amenizar a dor das pessoas. Esperamos oferecer, cada vez mais, um ambiente de conforto para aqueles que nos procuram”, argumentou Goreske.
O projeto
Assinado pela arquiteta Moema Loures e equipe, o projeto paisagístico do novo espaço de celebração respeita e valoriza a arquitetura vanguardista, da década de 1970, criando um eixo que conecta a praça central e as cinco capelas velório. “A escolha pelo concreto estrutural aparente busca manter a mesma linguagem das demais edificações do parque”, explicou Moema.
Os rasgos circulares criam sombras, a partir da direção da luz natural, simbolizando os mistérios da vida. “Estudamos a inclinação do sol, para que no momento entre dez horas e meio dia, geralmente quando ocorrem as celebrações religiosas, a luz do sol incidente projete círculos no chão”, destacou.

No ponto central do eixo que integra as capelas foi erguida uma fonte com cinco jatos de água iluminados que simbolizam a vida dos corpos que estão sendo velados. No trajeto até o espaço de celebração, há uma cruz demarcada no chão. “Espero que o projeto contribua para intensificar a paz nesta atmosfera repleta de verde favorecendo os encontros e as reflexões”, concluiu a arquiteta. A obra financiada foi realizada pela CIMO Engenharia, sob a coordenação de Mario Zoé, com projeto estrutural de Dario Vaca.
A simbologia do monumento
O diretor-secretário da Santa Casa, padre José Léles da Silva, lembrou que a palavra cemitério, na sua origem grega, significa hospedaria de beira de estrada. “É o local onde o peregrino descansa para no raiar do dia continuar a sua jornada. A igreja tem o Cristo como a luz do mundo. Todos estamos caminhando em busca dessa luz. Então, aqui é o lugar desse descanso para depois continuarmos a viagem rumo à luz eterna”, explicou.
Segundo ele, como a vida se inicia envolta pela água, o novo espaço começa com uma fonte. “Ela faz referência também ao Espírito Santo – a fonte da água viva – e à água que jorrou do coração aberto de Jesus e que nos recorda a misericórdia, o amor. É a água que nos lava, nos purifica e nos prepara para a festa da vida”, destacou o padre.
“No caminho, temos a cruz – todos passamos por ela, ninguém está isento da dor, do sofrimento. O trajeto culmina no espaço de celebração, cuja estrutura permite a entrada do sol. Todo ser vivo busca o sol e nós cristãos estamos em busca da nossa luz que é Cristo”. Padre Léles acrescentou ainda que a forma curvilínea do monumento remete à imagem de uma interrogação. “Para onde vamos? Para onde estamos caminhando? É a meta que determina os nossos passos e dá direção ao que fazemos com a nossa vida”, concluiu.