Veja 8 erros para não cometer no adestramento do cachorro
Comportamentos comuns dos tutores podem atrapalhar o aprendizado e o bem-estar do animal durante o processo

Adestrar um cachorro vai muito além de ensinar comandos como “senta” ou “fica”. Trata-se de um processo educativo que contribui para o bem-estar do animal e para a convivência harmônica com o tutor e outros membros da família. Quando bem conduzido, estimula a mente do pet, previne problemas comportamentais, aumenta a segurança em passeios e situações do dia a dia, além de fortalecer o vínculo afetivo entre cão e tutor.
Porém, para que esse processo seja realmente eficaz, é necessário entender que o aprendizado do cachorro depende de consistência, paciência e técnicas adequadas. Alguns erros, no entanto, podem atrapalhar — ou até mesmo impedir — o progresso do animal.
A seguir, confira erros para não cometer no adestramento do cachorro:

1. Usar punições físicas ou gritos
Recorrer à agressão física ou aos gritos como forma de correção é um dos erros mais graves no adestramento. Além de causar medo e estresse, essas atitudes prejudicam a confiança que o cachorro deposita no tutor. Em vez de ensinar o comportamento certo, o animal aprende apenas a temer determinadas situações, o que pode gerar traumas e até reações agressivas. A abordagem mais indicada é o reforço positivo, recompensando os comportamentos desejados com petiscos, elogios ou carinho, sempre com paciência e consistência.
2. Ter pouca paciência durante o processo
Esperar resultados imediatos é um erro comum. O adestramento é um processo gradual, que depende do tempo de assimilação de cada animal. A impaciência pode fazer com que o tutor desista cedo demais ou pressione o cachorro de forma inadequada, gerando frustração dos dois lados. O ideal é valorizar cada pequeno avanço e respeitar o ritmo do pet, lembrando que a repetição e a constância são mais importantes do que a velocidade.
3. Repetir comandos de forma desorganizada
Dizer um comando diversas vezes sem dar tempo para o cachorro reagir ou sem associar à ação correta pode confundir o animal. Por exemplo, repetir “senta” várias vezes sem mostrar o gesto ou reforçar o comportamento quando ele acerta pode tornar o comando sem sentido.
A orientação correta é dar o comando uma vez, demonstrar o que se espera e, ao obter o comportamento desejado, recompensar imediatamente. Assim, o cachorro aprende a associar a palavra à ação de forma clara.
4. Tentar adestrar em ambientes com excesso de estímulos
Ambientes muito barulhentos, movimentados ou com outros animais podem dificultar a concentração do cachorro, principalmente nas fases iniciais do adestramento. Isso atrapalha a assimilação dos comandos e aumenta as chances de distração. Por isso, é recomendado começar os treinos em locais calmos e sem interferências. Conforme o pet evolui, é possível introduzir gradualmente ambientes mais desafiadores para que o cão aprenda a obedecer mesmo diante de distrações.
5. Deixar de usar o reforço positivo

O reforço positivo é uma ferramenta fundamental no adestramento moderno. Ignorá-lo ou usá-lo de forma inadequada reduz significativamente as chances de sucesso. Recompensar o cão com algo que ele valoriza — como um petisco, carinho ou brinquedo — imediatamente após o comportamento correto, fortalece o aprendizado. A ausência de recompensas ou o uso delas em momentos errados dificulta a associação entre o comando e a ação desejada.
6. Não estabelecer uma rotina de treinos

A falta de frequência e regularidade nos treinos compromete a memorização dos comandos. Treinar o cachorro uma vez por semana ou apenas quando sobra tempo não é suficiente para garantir um aprendizado consistente. O ideal é realizar sessões curtas (de 5 a 15 minutos) diariamente ou em dias alternados, sempre nos mesmos horários.
7. Exigir comandos complexos sem a base adequada
Tentar ensinar truques ou comandos avançados antes que o cachorro domine os básicos pode gerar confusão. É fundamental respeitar uma progressão lógica no adestramento, começando com comandos simples como “senta”, “fica” e “vem”. Eles são a base para comportamentos mais complexos.
8. Não levar em conta as características individuais do cachorro

Cada cachorro é único. Raça, idade, histórico de vida, temperamento e nível de energia influenciam diretamente no comportamento e na forma como o animal aprende. Ignorar esses aspectos pode levar o tutor a aplicar métodos inadequados ou esperar resultados incompatíveis com o perfil do pet. Antes de iniciar o adestramento, é importante observar o cão, entender suas necessidades e, se possível, contar com a orientação de um profissional de comportamento animal.