Lógica chinesa
A Lifan quer ganhar mercado no Brasil. Para isso, segue a mesma estratégia das concorrentes chinesas: entregar bons itens de série a preço competitivo. Caso do sedã compacto 530. Por R$ 38.990, traz ar-condicionado, direção e trio elétricos, rodas de liga leve de 15 polegadas e rádio com CD, MP3 e USB. Por R$ 2 mil a mais, a versão Talent ganha câmara de ré e central multimídia com DVD, Bluetooth e navegador. Uma lista capaz de conquistar as vendas das quatro mil unidades mensais planejadas pela fabricante. Ao longo do ano passado, a Lifan emplacou apenas 2.136 automóveis, sendo 1.953 deles do SUV X60 e outros 183 do sedã médio 620, que não é mais comercializado por aqui.
O Lifan 530 segue o estilo de design do jipinho X60, com grande grade de linhas horizontais e faróis que avançam sobre o para-lamas. A linha de cintura é ascendente e tanto o volume frontal quanto o traseiro são relativamente curtos, mas elevados. A frente tem para-choques protuberantes e, na traseira, lanternas estreitas invadem as laterais da tampa do porta-malas e criam uma ideia de mais largura. A marca oval da Lifan, que traz três veleiros estilizados, aparece bem no meio da grade e no centro da tampa do traseira.
Sob o capô está um 1.5 litro de 103cv e torque de 13,6kgfm entre 3.500 e 4.500rpm. O trem de força é completado pelo câmbio manual de cinco marchas. Existe a possibilidade de, no futuro, o modelo ganhar uma transmissão continuamente variável – o que certamente ampliaria o poder de atração do pequeno três-volumes. E até uma versão flex – já que, por enquanto, só roda abastecido com gasolina.
A Lifan quer associar o 530 a uma ideia de sofisticação. Para isso, incluiu como opção de sua versão de topo, a Talent, um pacote de opcionais chamado Hyper Pack. Mas adiciona apenas os bancos de couro e luzes diurnas de leds, por R$ 1.500 – o carro sai da concessionária por R$ 42.490 em sua variante mais completa. Estão disponíveis cinco cores de carroceria: preta, branca, prata, azul e vermelha. O conjunto de equipamentos é um forte chamariz, mas a desconfiança que as fabricantes chinesas enfrentam no Brasil pode dificultar as aspirações da marca, que promete pensar em uma fábrica no país se atingir uma demanda que justifique esse planejamento.