Longe da tomada
Teoricamente, a hora dos elétricos parece estar chegando ao Brasil. Pelo menos é esta a expectativa de quase todos os estudiosos sobre a situação deste tipo de veículo no país. Durante o 8º Salão Latino-Americano de Veículos Elétricos e Componentes – que está sendo realizado em São Paulo essa semana, em conjunto com a EcoBusiness, outra feira dedicada à sustentabilidade -, executivos de entidades não governamentais e de fabricantes de veículos discutem o futuro desse mercado. No caso das marcas de automóveis e motocicletas, além de fazer um lobby junto ao Governo para criar legislações e benesses específicas para o segmento, o evento serve para mostrar ao público alguns dos modelos de série que já estão em uso nos mercados centrais, além de outras soluções interessantes para a mobilidade urbana.
Abaixo, modelos exibidos no Salão de Veículos Elétricos.
É um projeto antigo da Fiat, feito em parceria com a usina hidrelétrica de Itaipu. Foi fabricado em 2009 e mostra a evolução dos propulsores elétricos desde então. A perua compacta tem um motor que rende apenas 20 cv e 5,1 kgfm de torque. Com isso, é capaz de atingir os 100 km/h, mas demora 28 segundos. Hoje é usado como um carro de imagem da marca, para mostrar sua capacidade tecnológica.
Talvez seja o elétrico mais famoso de todos. Foi o primeiro a entrar em linha de produção, em 2010, e já atingiu números de vendas que superam as 32 mil unidades em todo o mundo. É movido por um motor que desenvolve 110 cv e 28,5 kgfm de torque e abastecido por um conjunto de 48 módulos de baterias posicionado abaixo dos bancos traseiros. Ele é feito em fábricas do Japão, Estados Unidos e Inglaterra.
É a versão elétrica do sedã médio vendido no Brasil desde 2010. Ele quase não tem alterações visuais em relação ao modelo com motor a combustão. A principal delas é um acréscimo de 13 cm no comprimento para o alojamento das baterias. Elas ficam entre o banco traseiro e o porta-malas. O motor elétrico tem 95 cv e 28,5 kgfm. A lista de itens de conforto é semelhante ao Fluence comum, com direito a ar-condicionado digital e GPS, por exemplo.
O Twizy é mais uma proposta de mobilidade urbana do que um carro em si. Com jeitão de conceito, ele leva duas pessoas em linha e tem design bem diferente. O teto é de policarbonato transparente, por exemplo. Na Europa existem duas versões. Uma com 5 cv de potência e 45 km/h de velocidade máxima e outra mais forte, com 17 cv, que atinge os 80 km/h. O preço por lá parte de cerca de R$ 18 mil.
É o híbrido mais vendido do mundo. Atualmente já está em sua terceira geração e acumulou mais de um milhão de unidades vendidas desde o seu lançamento, em 1997. O Prius é um dos modelos que deve chegar brevemente ao Brasil. A Toyota (foto) busca incentivos para abaixar o preço do modelo para cerca de R$ 80 mil – atualmente ele ficaria na casa dos R$ 120 mil. O modelo tem um motor 1.8 de 98 cv que é auxiliado por outro elétrico que adiciona mais 40 cv na mistura. No final são 138 cv e capacidade para rodar apenas no modo elétrico até os 50 km/h.
Além de um sedã tradicional e veículo de fácil mobilidade, a Renault tem em sua linha de elétricos o Kangoo Z.E., configuração verde de seu comercial. Ele tem as mesmas dimensões internas e externas do correspondente à combustão, mas pesa cerca de 200 kg a mais por causa do sistema de baterias. Elas alimentam o motor elétrico 60 cv e 23,0 kgfm de torque que levam o utilitário a 130 km/h.
O projeto do i-MiEV foi feito em parceria com a PSA Peugeot Citroën e gerou também o Peugeot iOn e o Citroën C-Zero. Ele tem medidas de 3,40 m de comprimento e 2,55 m de distância entre-eixos. O motor de 63 cv e 18,3 kgfm de torque consegue levar o modelo a 130 km/h de velocidade máxima. A autonomia declarada é de 160 km. Atualmente ele é vendido na Ásia, Europa e América do Norte.
É a primeira scooter elétrica fabricada no Brasil. Traz algumas vantagens das scooters, como o tamanho compacto e o câmbio automático, mas acaba sofrendo com a pouca potência. Seu motor tem apenas 2,71 cv e 2,54 kgfm de torque. Dessa forma, a velocidade máxima é de apenas 60 km/h. O preço ajuda a compensar. São R$ 4.190.
A Velle (foto) faz parte do Grupo Zongshen, dono também da Kasinski, mas com foco apenas nas bicicletas assistidas por um motor elétrico. Ela tem um pequeno motor de 0,33 cv acionado quando os pedais são ativados. A marca garante que, dependendo da maneira com que o ciclista usa, a autonomia do motor pode alcançar os 80 km.