Questão de autoestima
A evolução do mercado de automóveis cria nuances cada vez mais sutis. E o setor onde mais se cria segmentos é o de luxo, até pela valorização da exclusividade e da originalidade. Ressaltar esses dois atributos é a proposta da Citroën com a linha DS. A gama de luxo da marca francesa transforma um carro generalista e comum em um automóvel com alto apelo estético. O DS5, segundo integrante da linha a desembarcar no Brasil, chega ao mercado com a missão de seduzir os consumidores dos tradicionais sedã alemães.
A Citroën admite que atualmente no setor automotivo a palavra premium é primeiramente associada aos carros germânicos. Daí a tentativa de criar uma proposta ainda mais inusitada no mercado. O DS5 é um crossover que se aproveita da plataforma média da PSA Peugeot Citroën. É a mesma que dá origem ao hatch C4, ao sedã 408 e, principalmente ao 3008, modelo atual que mais guarda semelhanças ao DS5.
O diferencial do carro da Citroën é fácil de perceber. Tudo no crossover é focado no design. A dianteira é imponente, marcante e traz a grade cromada. Os faróis são grandes e delineados por uma peça cromada única de 1,20m de comprimento. Ela percorre a base do capô e se estende até a base da janela espia do motorista e é apelidada pela Citroën de sabre.
O perfil é forte, com linha de cintura elevada e teto em arco. A última vigia é feita de policarbonato – e não de vidro – por ser mais fácil de modelar na forma escolhida pela marca. A parte traseira traz as lanternas cheias de linhas curvas e para-choques bojudos com as saídas de ar embutidas.
Por dentro, a inspiração foi no universo aeronáutico. O console é alto e cheio de botões. Há até comandos no teto, que regulam o head-up display e os três tetos-solares – dois individuais na frente e um único atrás. O sistema de entretenimento é comandado por um botão giratório e agrega, além do rádio, o GPS e a câmera de ré. O estofamento dos bancos é feito com pespontos e se inspira em pulseiras de relógios esportivos. Já a trama é composta pela logo da linha DS, em efeito semelhante ao que grifes de sucesso como Louis Vuitton e Fendi fazem.
Já a parte mecânica do DS5 não traz grandes surpresas. O motor usado é o 1.6 THP que já equipa diversos carros da PSA no Brasil. Ele desenvolve os mesmos 165cv e 24,5kgfm de torque e é aliado a uma transmissão automática de seis velocidades. A Citroën até tinha opção de importar o DS5 com o mesmo motor calibrado para render 200cv e 27,5kgfm, mas precisaria tropicalizar – leia-se adaptar para a gasolina brasileira -, o que demandaria um investimento alto demais para um retorno tímido em termos de desempenho e em um carro com pouca escala de vendas.
O DS5 será vendido em configuração única de equipamentos. Ele traz seis airbags, ABS, controle de estabilidade e tração, assistente de partida em aclives, ar-condicionado dual zone, revestimento em couro, entre outros. A única opção é a roda, que pode ter 17 ou 18 polegadas, mas que não influencia no preço final do carro, tabelado em R$ 124.900. A intenção é vender 500 unidades por ano.
Depois do Carnaval chega o DS4, integrante que falta da família DS e que será posicionado na faixa de R$ 80 mil a R$ 90 mil.