Versão conversível conquista mercado de luxo

Compacto é charmoso e prático para uso urbano
Apesar de estarem cada vez mais parecidos, os mercados automotivos brasileiro e europeu ainda guardam diferenças consideráveis. Fruto da disparidade de infra-estrutura e do poder aquisitivo da população, alguns segmentos que funcionam lá não acham espaço por aqui. E vice-versa. É desse mal que padece o Smart Fortwo. Na Europa, ele funciona como um carro unicamente urbano, para o dia-a-dia, enquanto as saídas de final de semana são garantidas por um outro carro, mais potente, ou ainda pelas vários modais de transporte oferecidos nos países europeus. No Brasil, o carro tem de funcionar na cidade e na estrada e ter dois carros na garagem é para poucos. Daí o preço alto e o pequeno espaço do Smart o tornam uma escolha pouco viável. A não ser para quem pode se dar ao luxo de ter um carro de brinquedo. Função exercida com grande destreza na configuração conversível.
Mas o Smart é até bem-sucedido, diante das limitações que o tamanho impõe – tem apenas dois lugares e 2,69m de comprimento. Desde que foi lançado no Brasil em 2008 – nesta atual segunda geração -, já superou a marca de quatro mil emplacamentos. Em 2010, veio o recorde com 1.465 unidades vendidas. Não parece muita coisa, mas para um carro que disputa o "nicho do nicho", a média de 122/mês impressiona. Em 2012, a vida ficou um pouco mais complicada para todos os importados. Nos 12 meses do ano, o supercompacto atingiu o total de 640 exemplares comercializados, uma média mensal de 53 carros. O que ainda o deixa à frente de muitos modelos "normais".
O Fortwo – único modelo da Smart – tem mesmo um desenho incomum. As linhas da carroceria criam um conjunto despojado e divertido. O design, por sinal, foi renovado no meio do ano com um face-lift tão pequeno quanto suas dimensões. A grade ficou maior e passou a abrigar a logo da marca, enquanto os para-choques ficaram mais protuberantes e ganharam luzes diurnas de led.
Como é um carro bem pequeno, o Smart tem um leve pé na esportividade. Afinal, qualquer motor, por mais discreto que seja, consegue mover os 800kg do Fortwo sem grandes dificuldades. Para o Brasil são reservadas duas versões. A de entrada, chamada de MHD – de Micro Hybrid Drive -, tem um três cilindros de 1.0 litro, 71cv e 9,3kgfm com sistema start/stop. Na topo, batizada de Turbo, a adição de um turbocompressor não chega a ser uma surpresa. Com ele, a potência sobe para 84cv e o torque para 12,2kgfm. Nos dois casos, o propulsor fica instalado sobre o eixo traseiro.
Os preços ficam em R$ 52.500 para a MHD e R$ 68.500 para o Turbo cupê – conta que sobe para R$ 72.500 no conversível. Entre os itens de série estão airbags dianteiros e laterais, ABS, controle de estabilidade e tração, ar-condicionado, trio elétrico e rádio/CD/MP3/USB/Bluetooth. Na "top" o sistema de entretenimento ganha uma tela de 6,5 polegadas, o revestimento interno é de tecido claro e aparecem os inusitados instrumentos no meio do painel. Afinal, por esse valor, o consumidor exige exclusividade em qualquer lugar que se olhe.