CNU 2025: veja como se preparar para a nova edição do ‘Enem dos Concursos’

Segunda edição do CNU prevê o preenchimento de 3.352 vagas; edital será publicado em julho


Por Anita Bianco*

10/05/2025 às 08h33

sala de aula curso concurso Pixabay
Provas do CNU serão aplicadas em duas etapas no segundo semestre. Preparo envolve planejamento e revisão de conteúdos (Foto: Pixabay)

Considerado o “Enem dos Concursos”, o Concurso Público Nacional Unificado (CNU) prevê o preenchimento de 3.352 vagas em três órgãos e institutos federais na sua segunda edição, segundo o Ministério da GestãoA prova unifica concursos variados, autorizados para a seleção de servidores federais, em um único caderno.

Esta edição, diferente da primeira realizada no ano passado, será dividida em duas etapas: No dia 5 de outubro, será aplicada a prova objetiva, de múltipla escolha. Já a prova discursiva, agendada para o dia 7 de dezembro, será aplicada somente aos aprovados da primeira etapa.

Uma novidade desta edição do CNU é a inclusão de duas carreiras, uma ligada à área de defesa e segurança pública, e a outra relacionada ao campo do desenvolvimento.

Apesar de as faixas salariais oficiais ainda não terem sido divulgadas, a Ministra de Gestão e Inovação, Esther Dweck, afirmou durante coletiva de imprensa que os salários iniciais variam entre R$ 7 mil e R$ 17 mil, e os finais podem atingir valores dentro da casa dos R$ 30 mil. 

Mais uma mudança presente nesta edição, é a adição de um código de barras para identificar o candidato em todas as páginas do caderno. A medida será substituta da “bolinha de identificação”, espaço preenchido manualmente pelos concurseiros,  método que acabou gerando discórdias na primeira edição.

A divulgação da banca organizadora deve ser realizada no próximo mês. Já a publicação do edital e abertura das inscrições estão previstas para o mês de julho. Os resultados finais do concurso devem ser divulgados em fevereiro de 2026.

Apesar de o edital ainda não ter sido lançado, a Tribuna ouviu participantes da primeira edição, e também um professor de curso para concursos, que falam sobre as principais dicas e expectativas para a segunda edição do CNU. 

Primeira edição

A primeira edição do Concurso Público Nacional Unificado foi realizada em agosto do ano passado em 228 cidades brasileiras, por 970 mil candidatos. Entre eles, a engenheira Maria de Fátima Corrêa e o analista de sistemas Filipe Brandi, que dividiram suas experiências.

Maria de Fátima, 42, realizou a prova para auditor fiscal do trabalho, e relata que, por falta de tempo, pois trabalha e é mãe, não conseguiu se dedicar como pretendia aos estudos do concurso. “Assisti algumas videoaulas na internet e usei meus conhecimentos práticos do trabalho na área para fazer a prova e consegui fazer quase 80% das questões”, relata. 

Sobre as questões, ela analisa que foram similares às encontradas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), por exemplo. “Foram interessantes, interpretativas, parecidas com as do Enem mesmo. Considero que foi buscada uma interpretação além de apenas conhecimento do conteúdo avaliado”, diz.

Este ano, a engenheira acredita estar mais preparada para fazer o concurso. “Acredito que se fizer uma preparação de um ano do conteúdo, principalmente de política pública, sociologia e conhecimentos gerais, que são conteúdos que exigem mais conhecimento teórico, ajudaria muito a melhorar a nota. De forma geral gostei do concurso e faria novamente com um pouco mais de preparação teórica.”

Já Filipe, de 41 anos, relata ter tido dificuldade para selecionar uma linha de estudos para a prova. “Como concurseiro de anos, achei o CNU bem diferente de todos os modelos já adotados para seleção de servidores para o serviço público. Como foi a primeira edição, ficou uma incógnita do que estudar e como (antes da prova), o que dificultou muito qualquer tentativa de se basear em algo”, opina.

Filipe ainda conta que não adquiriu muitos materiais e bagagem para estudo, e se orienta por videoaulas gratuitas que encontrava no YouTube. Ele afirma ainda não ter se decidido se participará do concurso novamente, devido a experiência anterior não ter sido proveitosa, na sua avaliação.

Veja como se preparar para a segunda edição

Marco Antonio Filgueiras Santos Filho, conhecido como Macarrão, é professor de Língua Portuguesa e redação e diretor do curso Estude Fácil, destinado ao preparo de concurseiros. Na avaliação do profissional, aulas online são uma boa alternativa para quem quer poupar tempo e intensificar os estudos. 

“Preparar-se sozinho é possível, mas tende a ser mais difícil. Se o concurseiro adquirir um bom curso online, por exemplo, é totalmente viável a realização de uma preparação a altura da prova. As videoaulas têm uma grande vantagem, que é você poder parar e voltar, quantas vezes for necessário.”

O professor ainda destaca que se preparar estudando por provas e questões anteriores da banca organizadora, de preferência, pode ser eficaz. 

“De repente, não precisa nem ser do mesmo concurso, mas estudar questões anteriores dos assuntos cobrados pela banca organizadora daquele concurso é sim uma estratégia extremamente eficaz. Também é preciso estudar as questões elaboradas e fazer exercícios de fixação”, ressalta.

Leitura atenta do edital

Outro aspecto importante abordado por Marco Antônio é a leitura atenta do edital. “Uma coisa que acontece muito hoje é que as pessoas não leem as informações. A nossa ‘Bíblia’ do concurso público é o edital. Nele estarão todas as regras, orientações, data de início da inscrição, prazo final, direitos e deveres do concurseiro, e até mesmo quesitos eliminatórios”, aconselha. 

Nesse sentido, o professor também indica uma leitura atenta dos conteúdos exigidos, e indica que os candidatos se atenham àqueles mais importantes. 

“Não vai dar tempo de ver todo o conteúdo. Então, a minha dica é: pegue as questões de base e estude pelo conteúdo a partir delas e já se programe com antecedência”, orienta. 

*estagiária sob a supervisão da editora Carolina Leonel

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