Feriado da Consciência Negra já teve dois projetos aprovados pela Câmara Municipal; o último foi barrado na Justiça

Consciência negra: primeiro projeto foi aprovado em 2008, de autoria do vereador Paulo Rogério; o segundo, de Betão, passou em 2015. Ambos foram sancionados e barrados na Justiça

Por Paulo Cesar Magella

  A Câmara, ao rejeitar o feriado de Zumbi, em votação na última segunda-feira, atuou sobre um projeto redundante, já que, em pelo menos duas ocasiões aprovou a homenagem no dia da Consciência Negra. Em 2008, por iniciativa do vereador Paulo Rogério dos Santos, foi aprovado um projeto instituindo o Dia da Consciência Negra, no dia 20 de novembro, mas que deveria ser comemorado no domingo mais próximo da data. A lei foi sancionada pelo então prefeito José Eduardo Araújo. Em 2014, o então vereador Roberto Cupolillo (Betão-PT) apresentou projeto com o mesmo propósito, mas definindo o feriado no dia 20 de novembro. A matéria também foi aprovada e sancionada em 2015 pelo então prefeito Bruno Siqueira. O primeiro feriado, aliás, chegou a ser comemorado, porque caiu num domingo.  

Fiemg recorreu sob o argumento de inconstitucionalidade 

  A Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) – com apoio do Centro Industrial, Câmara de Dirigentes Lojistas, Sindicato do Comércio, Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-JF), Sindicato das Indústrias de Meias (Sindimeias-JF), Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria (Sindipan-JF) e Sindicato da Indústria Química e Farmacêutica – considerando não ser atribuição do município criar tal feriado, ingressou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade contra a decisão da Câmara Municipal no Tribunal de Justiça. O Ministério Público deu parecer favorável à inconstitucionalidade e foi seguido pelo relator desembargador Evandro Lopes da Costa. Por 12 votos a 8, o TMMG acolheu a ação. A Prefeitura chegou a recorrer ao Supremo Tribunal Federal, mas o STF entendeu que ela não tinha competência para a ação.

Paulo Cesar Magella

Paulo Cesar Magella

Sou da primeira geração da Tribuna, onde ingressei em 1981 - ano de fundação do jornal -, já tendo exercido as funções de editor de política, editor de economia, secretário de redação e, desde 1995, editor geral. Além de jornalista, sou bacharel em Direito e Filosofia. Também sou radialista Meus hobbies são leitura, gastronomia - não como frango, pasmem - esportes (Flamengo até morrer), encontro com amigos, de preferência nos botequins. E-mail: [email protected] [email protected]

A Tribuna de Minas não se responsabiliza por este conteúdo e pelas informações sobre os produtos/serviços promovidos nesta publicação.

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade pelo seu conteúdo é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir postagens que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.



Leia também