PMDB faz encontro de emergência para discutir candidatura

Por Paulo Cesar Magella

O MDB vai reunir toda a sua cúpula, os deputados federais e estaduais e os demais candidatos, nesta quarta-feira, ao meio-dia, para avaliar a sua situação e o que será definido daqui por diante. Sem a candidatura de Marcio Lacerda, a legenda ficou sem a cabeça de chapa, que é estratégica até mesmo para as eleições proporcionais. Como o PT já não quer mais o antigo aliado e os tucanos veem com certa reserva a parceria, vai restar o projeto original da candidatura própria. A questão é saber se o deputado Adalclever Lopes, até então vice de Lacerda, vai topar ir para o sacrifício. Se tentar a reeleição, ele tem o mandato de deputado estadual assegurado. Como candidato a governador, suas chances são mínimas num cenário já polarizado entre Antonio Anastasia (PSDB) e Fernando Pimentel (PT).

Sem segundo turno

Os dirigentes emedebistas terão que adotar um projeto de emergência, pois é temerário até mesmo jogar com a chance de fazer acordos no segundo turno. Com apenas dois candidatos fortes – bastando ver os números das pesquisas -, há o risco de a disputa em Minas terminar no dia 7 de outubro, ficando aberta apenas a disputa nacional pela Presidência da República. A divisão sustentada por Adalclever e pelo ex-presidente Toninho Andrade forjou um partido que, apesar de toda a sua capilaridade, perdeu o prestígio de outros tempos, quando era cortejado pelos demais partidos.

Velha política

Com todos os dados sinalizando que sua candidatura seria rejeitada, especialmente após manifestação do Ministério Público Eleitoral, o candidato pelo PSB Marcio Lacerda se viu sem alternativas. Daí, desistiu de disputar as eleições de 2018. Estava em terceiro lugar nas pesquisas, mas apostava na possibilidade de se tornar a terceira via dos eleitores mineiros diante do desgaste dos dois ponteiros, Antonio Anastasia (PSDB) e Fernando Pimentel (PT). Na carta-renúncia, ele comunicou também o seu desligamento do partido, a quem acusou de fazer a velha política para tirá-lo do páreo. Destacou, ainda, que, dessa forma, o PSB, em vez de um projeto próprio, vai continuar sendo a linha auxiliar do Partido dos Trabalhadores.

Velha política II

O deputado Júlio Delgado (PSB) questionou o teor da carta-renúncia de seu desafeto Marcio Lacerda, especialmente quando este diz que foi vencido pela velha política. “Velha política é o que ele fez com o Paulo Brandt, em 2016, quando retirou a candidatura dele em cima da hora; é não respeitar deliberação do diretório nacional. Velha política é retirar a candidatura, mas manter os processos na Justiça Eleitoral.” De acordo com o deputado, ainda não dá para falar da coligação com o PT, pois o processo envolvendo os dois grupos do PSB continua no TRE. O dele, apoiando Fernando Pimentel, e o de Lacerda, coligado com o MDB, não tem data para ser julgado. Somente depois dessa decisão de mérito é que tudo será sanado. Para Júlio, uma coligação com o MDB seria caótica para os socialistas, que não conseguiriam eleger nenhum deputado federal ou estadual.

Paulo Cesar Magella

Paulo Cesar Magella

Sou da primeira geração da Tribuna, onde ingressei em 1981 - ano de fundação do jornal -, já tendo exercido as funções de editor de política, editor de economia, secretário de redação e, desde 1995, editor geral. Além de jornalista, sou bacharel em Direito e Filosofia. Também sou radialista Meus hobbies são leitura, gastronomia - não como frango, pasmem - esportes (Flamengo até morrer), encontro com amigos, de preferência nos botequins. E-mail: [email protected] [email protected]

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