Painel 21-08-2016

Por Paulo César Magella

Política e comunicaçãoOs candidatos a prefeito, com exceção de Wilson da Rezato, que não compareceu, participaram ontem de debate com jornalistas, durante congresso nacional que a categoria realiza em Juiz de Fora. Foi ocasião única para verbalizarem suas ações em torno da comunicação tendo como plateia profissionais do setor. Primeiro a falar, o candidato Noraldino Júnior (PSC) já deu o tom do que será a campanha daqui por diante, pois criticou a Prefeitura e defendeu concurso público para preenchimento das assessorias. Por sua vez, a candidata Margarida Salomão (PT), que trata do tema em Brasília em várias comissões, enfatizou que o país ainda não tem uma imprensa livre e defendeu, na instância municipal, a implementação do Conselho Municipal de Comunicação. Destacou que houve avanços na comunicação na atual gestão, mas cobrou uma linguagem acessível ao povo nas ações anunciadas, sobretudo, nos portais de transparência.

Aplicativos
Disputando a reeleição, o candidato Bruno Siqueira (PMDB) também deu o seu tom do que será o debate com os adversários. Enquanto esses criticam a gestão, ele anuncia o que foi feito. Na sua fala, usando um celular como plataforma, mostrou vários aplicativos implantados em sua gestão para facilitar a comunicação com a comunidade. Enfatizou também áreas com wi-fi e as metas que pretende desenvolver nesta área. A representante do PSOL, Maria Ângela, deu ênfase à democratização da comunicação. Na sua avaliação, o povo deve ter direito aos meios de informação e criticou duramente a ausência de seu partido nos debates na televisão.

Entendimento
O candidato Lafayette Andrada (PSD), em tom professoral, destacou que o exercício da cidadania pressupõe a comunicação e que a democratização dos meios facilita a informação para o cidadão. Mas enfatizou que não basta o meio, é preciso também inovar na linguagem, a fim de facilitar o entendimento de quem está sendo informado. Última a falar, de acordo com sorteio feito pela mesa que presidiu os trabalhos, Victória Melo (PSTU) fez duras críticas ao modelo de concessão, hoje restrito ao Governo federal. Na sua avaliação, é preciso dar ao Município tal prerrogativa, mas com controle social, para não transferir para a
Prefeitura a politicagem de Brasília.

Conselho Municipal
O encontro foi mediado pelo professor Paulo Roberto Figueira, da UFJF, que, antes de abrir espaço para fala dos candidatos – eles só expuseram seus pontos de vista sem responder perguntas -, observou os avanços na comunicação, mas também o longo caminho a ser trilhado. Com base em pesquisas, advertiu que o Brasil ainda tem metade da população sem acesso à internet, o que é um dado preocupante e que exige ações dos governos para revertê-lo. Antes do encerramento, o presidente do Sindicato dos Jornalistas, anfitrião do evento, Ricardo Miranda, pediu a adesão dos candidatos a uma carta-compromisso, na qual são cobradas medidas, sobretudo, de controle social da informação, como a criação de um Conselho Municipal de Comunicação.

Júlia Pessôa

Júlia Pessôa

Jornalista, mestra em Redes, Estéticas e Tecnoculturas, especialista em Gênero e Sexalidades, e doutoranda em Ciências Sociais, tendo como casa a UFJF. Realizou estágio doutoral na Universidade de Aveiro, Portugal, onde ainda integra o grupo de pesquisa Género e Performance (GECE). Foi repórter da Tribuna de Minas por mais de dez anos, passando por todas as editorias do jornal, especializando-se ao longo do tempo, em coberturas de direitos humanos, gênero, cultura e gastronomia. É professora universitária, pesquisadora, feminista e, acima de tudo, curiosa. Retorna à Tribuna como coordenadora editorial da redação.

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