Embora não tenha sido conclusiva, a declaração do senador Rodrigo Pacheco apontando para um possível encerramento de sua carreira política acendeu a luz de alerta no PT. Na segunda-feira, o senador teve uma longa conversa com o presidente Lula, no Palácio da Alvorada, ocasião em que foi informado que não seria indicado para o Supremo Tribunal Federal, na vaga do ministro Luís Roberto Barroso, que já se aposentou. O senador teria dito ao presidente que pensa seriamente em se afastar da vida pública a partir do dia 31 de dezembro de 2026, quando termina o seu mandato.
Na conversa, o presidente insistiu com Pacheco sobre sua candidatura ao Governo de Minas, mas não obteve uma resposta positiva. Ante esse cenário de indecisão, o presidente nacional do PT, Edinho Silva, remarcou a conversa que teria com o ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PDT), que pode ser o Plano B do partido. É fato que essa conversa deveria ter ocorrido antes mesmo da indecisão de Pacheco. Na ocasião, Edinho cancelou por causa da morte do ex-deputado Paulo Frateschi. Agora, a motivação se acentuou.
Diante da repercussão, no início da tarde dessa quarta-feira, o senador Rodrigo Pacheco afirmou que “por deferência”, seu futuro na vida pública será alinhado com apoiadores de seu campo político. Mesmo tendo sinalizado não querer disputar mais mandatos eletivos, ele disse que irá ouvir os atores políticos que fazem parte do seu entorno. “Eu fui guindado à vida pública, como deputado federal e senador da República, pelo povo de Minas Gerais e tive muito apoio de companheiros políticos. Eu acho que esses companheiros políticos do Senado, companheiros políticos de Minas Gerais, prefeitos, deputados estaduais e federais têm que participar dessa decisão.”
Pacheco abriu margem para um recuo. “É por isso que eu disse da intenção. Mas, obviamente, que uma decisão pressupõe, até por deferência, o alinhamento com esses companheiros políticos”, afirmou.


