A reforma política aprovada pela Câmara e que seguiu para sanção da presidente Dilma Rousseff tem pontos que indicam um recuo em relação a medidas tomadas pelo Senado. O financiamento de campanha por empresas vetado pelos senadores foi restabelecido pelos deputados. Da mesma forma que os cientistas políticos Rubem Barboza e Fernando Perlato, que, em entrevista à Rádio CBN, condenaram a medida, o também cientista político Paulo Roberto Figueira questionou a mesma decisão. No seu entendimento, “todos os escândalos políticos desde a redemocratização, envolvendo os mais variados partidos, tiveram como centro das denúncias o financiamento ilegal de campanha, o uso de sobras de recursos arrecadados e as relações promíscuas entre empresas financiadoras e governos ou parlamentares eleitos. Não mexer nessa relação, mantendo o financiamento empresarial de campanha (como fez a Câmara), implica não mexer no mais importante – ou seja, naquilo que efetivamente teria algum poder transformador”.