Reforma incompleta

Por Paulo César Magella

A reforma política aprovada pela Câmara e que seguiu para sanção da presidente Dilma Rousseff tem pontos que indicam um recuo em relação a medidas tomadas pelo Senado. O financiamento de campanha por empresas vetado pelos senadores foi restabelecido pelos deputados. Da mesma forma que os cientistas políticos Rubem Barboza e Fernando Perlato, que, em entrevista à Rádio CBN, condenaram a medida, o também cientista político Paulo Roberto Figueira questionou a mesma decisão. No seu entendimento, “todos os escândalos políticos desde a redemocratização, envolvendo os mais variados partidos, tiveram como centro das denúncias o financiamento ilegal de campanha, o uso de sobras de recursos arrecadados e as relações promíscuas entre empresas financiadoras e governos ou parlamentares eleitos. Não mexer nessa relação, mantendo o financiamento empresarial de campanha (como fez a Câmara), implica não mexer no mais importante – ou seja, naquilo que efetivamente teria algum poder transformador”.

 

Júlia Pessôa

Júlia Pessôa

Jornalista, mestra em Redes, Estéticas e Tecnoculturas, especialista em Gênero e Sexalidades, e doutoranda em Ciências Sociais, tendo como casa a UFJF. Realizou estágio doutoral na Universidade de Aveiro, Portugal, onde ainda integra o grupo de pesquisa Género e Performance (GECE). Foi repórter da Tribuna de Minas por mais de dez anos, passando por todas as editorias do jornal, especializando-se ao longo do tempo, em coberturas de direitos humanos, gênero, cultura e gastronomia. É professora universitária, pesquisadora, feminista e, acima de tudo, curiosa. Retorna à Tribuna como coordenadora editorial da redação.

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