Lições das urnas
A redução expressiva do número de prefeituras sob o comando do Partido dos Trabalhadores, com destaque para a de São Paulo, abriu em várias frentes a discussão sobre o futuro da legenda, abalada, sobretudo, pela operação Lava Jato. Líderes petistas, como o ex-ministro Tarso Genro, defendem a formação de nova frente sem hegemonia do PT. Em entrevista ao “O Globo”, ele destacou que parte da derrota sofrida nas urnas ocorreu pela incapacidade de dar um rumo mais coerente ao Governo Dilma. Ele defende a refundação do partido sem hegemonia automática, pois se esgotou um ciclo. Para o cientista político Paulo Roberto Figueira, é preciso, de fato, discutir o assunto internamente, mas não deve haver precipitação.
Outros também
No entendimento do professor Paulo Roberto, “derrotas implicam momentos de reflexão – certamente, o PT terá que se debruçar sobre os resultados para entender fenômenos como a perda de sua tradicional base na periferia de São Paulo (o melhor desempenho de Haddad foi na rica região de Pinheiros) ou do ABC paulista. Mas é necessário não haver precipitação: uma derrota numa eleição municipal durante a crise mais grave vivida pelo PT em toda a sua história não pode ser tomada como o fim do partido”. Para ele, é cedo para fazer essa avaliação, porque as denúncias que ora atingem o PT certamente vão alcançar também outras grandes siglas.
Recordista
Ao sair consagrada das urnas com 9.921 votos, a Delegada Sheila (PTC) esteve perto de alcançar, proporcionalmente, o recorde de votos na disputa pela Câmara Municipal. A marca pertence a Ignácio Halfeld, que, nas eleições de 1962, obteve 1.977 votos para vereador. Como, naquela ocasião, compareceram às urnas 58.775 eleitores, Ignácio Halfeld, que foi um dos vereadores com maior número de mandatos, ficou com 3,36% dos votantes. No primeiro turno, quando se elegeu também a nova Câmara, dos 316.191 eleitores presentes, a Delegada Sheila conquistou a parcela de 3,13%.
Decano da Câmara
A partir de 1º de janeiro de 2017, Rodrigo Mattos (PSDB) será o parlamentar com mais mandatos na Câmara Municipal. Após emplacar sua quarta eleição seguida, o tucano, que completa 38 anos no final do mês, será o mais jovem vereador a alcançar tamanha longevidade no Palácio Barbosa Lima. Antes dele, o petista Flávio Cheker havia chegado ao quarto mandato já na casa dos 40 anos. Mas Cheker não conseguiu renovar o mandato em 2012 e nem obteve a mesma performance este ano, ficando na suplência do Partido dos Trabalhadores.