Governo Trump. Eleito para um segundo mandato, embora não consecutivo, Donald Trump terá um Congresso menos hostil, já que deve conquistar maioria, e uma Suprema Corte bem mais conservadora, fruto, inclusive, de suas indicações. Com tamanho respaldo, ele deverá implementar uma agenda bem mais agressiva no viés moral e ampliar as ações contra os imigrantes. Para o cientista político Paulo Roberto Figueira, é razoável supor que a agenda trumpista tenha também grande impacto nas relações comerciais de todo o mundo – entre ele os exportadores brasileiros – caso se cumpra a promessa de aumento das tarifas de exportação.
Instituições pressionadas
Na questão política, o professor Paulo Roberto acentua que é de se supor que “as alas mais ideologicamente extremadas do trumpismo, façam movimentos para que o novo governo pressione as instituições brasileiras nos casos que envolvem a extrema-direita brasileira (julgamentos relativos ao 8 de janeiro ou inelegibilidade de Bolsonaro, por exemplo). O quanto a nova gestão abraçará esta demanda por pressão sobre o Brasil dependerá da correlação de forças que vier a se estabelecer no governo americano – certamente haverá também setores mais pragmáticos que podem ver esse movimento como dificultador da relação com nosso país (que é uma nação relevante, no papel de líder regional e economia emergente)”. Paulo Roberto está convencido de que os setores da extrema-direita americana vão tentar levar Trump a pressionar o Brasil. “Se conseguirão, só saberemos adiante”, finalizou.