Candidaturas para Governo de Minas e Senado ainda continuam em aberto

Por Paulo Cesar Magella

No telhado

A indicação do deputado Marcos Montes (PSD) como eventual candidato a vice na chapa a governador de Antonio Anastasia (PSDB) subiu no telhado. Partidos que estão sendo convidados a participar da coligação também apresentam a sua conta e questionam o que chamam de privilégio do PSD. O argumento é que o partido tenta ser duplamente contemplado se o ex-governador vencer as eleições. Ele teria o posto de vice, mas também uma cadeira no Senado, já que o primeiro suplente de Anastasia é Alexandre da Silveira, também filiado ao PSD. Por conta desse impasse, as conversações recuam. Os tucanos dizem que só em junho ou julho vão fechar a chapa, ganhando, assim, tempo para negociar com outros possíveis aliados.

Para senador

O que se fala em Belo Horizonte, onde ocorrem todas as articulações, é que o senador Antonio Anastasia, a despeito de todos os ruídos na comunicação, vai tentar uma nova conversa com o ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda, para tentar dissuadi-lo da candidatura a governador e trazê-lo para uma composição pela qual ele seria candidato ao Senado. Recentemente, Lacerda e assessores mais próximos fizeram duras críticas ao PSDB, destacadamente ao senador Aécio Neves, o que provocou irritação no ninho tucano, mas o pragmatismo deve falar mais alto para tentar essa composição.

Terceira via

A questão, no entanto, está nos números que o PSB tem em mãos apontando para o prestígio de Lacerda não apenas em Belo Horizonte, onde tem uma imagem positiva consolidada, mas também no interior. Desde o ano passado, ele tem feito viagens frequentes às principais cidades de Minas se apresentando como candidato a governador. Ademais, seu grupo político, mesmo reconhecendo dificuldades na conquista de aliados – o mais consolidado é o PDT -, entende que o ex-prefeito pode ser a terceira via dos mineiros ante um enfrentamento entre o governador Fernando Pimentel e Anastasia, ambos com grande desgaste por estarem à frente ou por já terem governado Minas.

Fator Dilma II

No PT, as conversas continuam na direção do presidente da Assembleia, Adalclever Lopes, um dos principais representantes do MDB. O ingresso da ex-presidente Dilma Rousseff numa eventual chapa ao Senado o tirou do topo da lista, o que o deixou profundamente irritado. Por outro lado, como a ex-presidente só se filiou, mas não disse qual a sua pretensão eleitoral, há setores, inclusive do Partido dos Trabalhadores, que tentam dissuadi-la a disputar uma vaga no Senado e tentar a Câmara dos Deputados, pois seria a única forma de manter o MDB na aliança. Há, porém, um problema. Ex-presidentes, quase que por tradição, disputam o Senado, como já o fizeram Fernando Collor, José Sarney e Itamar Franco. Na Câmara, ela seria mais um nome entre os 513 parlamentares.

 

Paulo Cesar Magella

Paulo Cesar Magella

Sou da primeira geração da Tribuna, onde ingressei em 1981 - ano de fundação do jornal -, já tendo exercido as funções de editor de política, editor de economia, secretário de redação e, desde 1995, editor geral. Além de jornalista, sou bacharel em Direito e Filosofia. Também sou radialista Meus hobbies são leitura, gastronomia - não como frango, pasmem - esportes (Flamengo até morrer), encontro com amigos, de preferência nos botequins. E-mail: [email protected] [email protected]

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