Salim Mattar faz duras críticas ao serviço público e cobra de empresários a eleição de quadros políticos mais qualificados e sérios

Por Paulo Cesar Magella

O empresário Salim Mattar, em palestra na noite desta terça-feira, no Trade Hotel, em evento promovido pela Associação Comercial, fez duras críticas ao serviço público, das três instâncias de poder, a quem classificou de cidadãos de primeira categoria, enquanto os demais, que pagam impostos, são tratados como cidadãos de segunda categoria. Ele não poupou críticas ao Judiciário, especialmente ao Supremo, mas repassou questionamentos também à instância política, que precisa de quadros mais qualificados. Para uma audiência de empresários, cobrou que estes apoiem candidatos sérios e comprometidos com a causa do setor privado.

Ex-secretário nacional de desestatização, Salim considera a privatização da Eletrobras uma grande conquista, mas admitiu que o establishment irá impor sérias dificuldades na venda de outros ativos, já que não deseja mudança. “Dentro do Governo Federal há o establishment, que é a soma do Poder Executivo, do Legislativo e do Judiciário. De alguma forma, ele se apoderou do Estado e não quer que esteja seja reduzido. Para privatizar a Eletrobras, cujo processo começou no Governo Temer, puseram obstáculos atrás de obstáculos para dificultar o processo. Se fizer privatizações, reduz-se o tamanho do Estado e o establishment não quer a redução do estado”, destacou. Segundo Salim, no caso da Petrobras ainda vai correr muita água debaixo da ponte.

No caso de Minas, no qual o Plano de Recuperação Fiscal pode impor a privatização da Copasa e da Cemig, Salim Mattar admite que o jogo político, principalmente num ano de eleição, coloca os interesses do Estado em segundo plano. “Minas deveria vender a Cemig e a Copasa, dentro do Plano de Recuperação Fiscal, para que pudesse continuar tendo uma gestão serena das finanças públicas do Estado, que estavam combalidas e foram reorganizadas pelo Governo Zema.

O presidente da Associação Comercial, Aloísio Vasconcelos (na foto com Salim, quando este assinava o livro de ouro da AC), agradeceu a presença maciça de lideranças empresarias e revelou que o próximo convidado deve ser o governador Romeu Zema, abrindo a série de conversas com os candidatos a governador. Enfatizou o viés apartidário da Associação e declarou o propósito de ouvir todos os postulantes ao Governo de Minas.

 

 

 

Paulo Cesar Magella

Paulo Cesar Magella

Sou da primeira geração da Tribuna, onde ingressei em 1981 - ano de fundação do jornal -, já tendo exercido as funções de editor de política, editor de economia, secretário de redação e, desde 1995, editor geral. Além de jornalista, sou bacharel em Direito e Filosofia. Também sou radialista. Meus hobbies são leitura, gastronomia - não como frango, pasmem - esportes (Flamengo até morrer), encontro com amigos, de preferência nos botequins. E-mail: [email protected] [email protected]

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