Um festival de caldos para aquecer o inverno

O Bar do Totonho abre sua temporada de caldos quentinhos e saborosos

Por Butecos de JF

Butecos JF Caldos Bar do Totonho Airton Soares 2

Quando o assunto é comida, a chegada do inverno quase que instantaneamente nos traz à memória lugares que já se foram e serviam caldos deliciosos, como o bar que tinha o curioso nome “Boi Na Curva” e ficava ali no Bairro Eldorado. A Sopa Zarur, do Faisão Dourado, também é lembrada, assim como a Potência do Caldo, com cardápio cheio de opções e que ficava Avenida Sete. Isso é natural, pois essa temporada combina demais com uma boa cumbuca cheinha de caldo quente e fumegante, para aquecer o frio que chegou na cidade.

Ainda que os citados bares já não existam mais, contamos com o Bar do Totonho e seu Festival de Inverno, com cardápio temporário dedicado a acabar com esse saudosismo e a acabar também com a fome e vontade de dar umas boas colheradas num caldo saboroso. Aliás, não em um só caldo, mas nas várias receitas oferecidas nessa época.

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Caldo de abóbora com carne seca

Começo com o tradicional caldinho de feijão – ou feijão amigo –, batidinho e coberto do famoso torresminho do Totonho. A canjiquinha com costelinha é outra opção muito requisitada, e chega à mesa coberta de cebolinha picada e costelinha desmanchando de tão macia. O caldo verde, de origem portuguesa, é muito saboroso e recebe linguiça como ingrediente na receita. Já a vaca atolada, outro caldo muito pedido, tem história engraçada contada pelo próprio Totonho: ele diz que a receita surgiu quando, lá na roça, a vaca atolou perto de um pé de mandioca, e daí foram todos juntos para a panela depois do resgate.

Outra opção recomendadíssima é a abóbora com carne seca, que aqui ganha o DNA de prato campeão: o purê de abóbora do Bar do Totonho ganhou a versão regional do Comida di Buteco em 2017 e levou o bar à quarta colocação nacional do concurso, feito esse até hoje nunca alcançado por nenhum outro bar de nossa cidade. E a minha maior surpresa nessa variada lista de opções foi o regate do angu à baiana, numa versão em que o angu, molinho, é coberto com molho de carne moída bem temperadinho e acrescido de queijo derretido: esse daí remete àquelas quermesses de bairro em que a gente se refastelava de tanto comer a iguaria. Lembrança maravilhosa!

Os caldos são servidos em panelas esmaltadas, lembrando ainda mais os tempos antigos, com cara de comida de vó, e descem muito bem com os drinks de inverno do bar ou com uma boa cachacinha, que é cortesia da casa. Então, aproveite a oportunidade e visite o Totonho, no Retiro, no São Mateus ou no Shopping Jardim Norte, e mate a fome e também a saudade de um bom caldo nesse inverno! Vamos juntos?!

Butecos de JF

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Airton Soares é gestor público por formação acadêmica mas, por opção e gosto, é conhecido como apreciador da cozinha de raiz, com experiência comprovada e acumulada na cintura. Já foi jurado em diversos concursos de gastronomia, é colunista do Tribuna de Minas, tem programa na rádio Transamérica JF e é dono da fanpage @butecosdejf, onde conta com mais de 100 mil seguidores que acompanham as dicas e comentários sobre comidas, bebidas e bares desse rotundo entusiasta da culinária simples e saborosa, segundo ele, a mais gostosa de todas!

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