Botequeiros célebres vieram de BH e RJ para conferir nossos botequins
Na Ășltima semana vieram a Juiz de Fora dois dos maiores especialistas em botequins que conheço: Daniel Neto, o Nenel do @baixagastronomia, diretamente de BH em busca de cervejas bebĂveis e, da cidade maravilhosa o Marcos Bonder, ou melhor, o @bondbuteco, conhecido tri-atleta de garfo faca e copo, que bebeu, dentre outras coisas, bastante ĂĄgua por aqui.
Nenel cunhou o cĂ©lebre termo “baixa gastronomia” num contraponto ao badalado vocĂĄbulo “alta gastronomia”. Ele explica: “Ă baixa porque os personagens nĂŁo serĂŁo grandes chefs ou restaurantes estrelados. As comidas abordadas serĂŁo aquelas altamente saborosas, bem servidas e com custo/benefĂcio vantajoso.” JĂĄ do lado carioca, o Marcos Bonder Ă© realmente bom de boteco: conhece os melhores botequins do Rio de Janeiro como ninguĂ©m, e suas fotos e anĂĄlises sĂŁo sempre divertidas e destoam da crĂtica gastronĂŽmica engessada e cheia de frescura, afinal, no buteco frescura nĂŁo se cria.
Segue o rolĂȘ (o passeio, nĂŁo o bife)
Com eles passei um dia comendo, bebendo e dando boas risadas pelos botecos de JF. Pra começar muito bem as andanças por aqui, fomos ao Bar Rainha. Por lĂĄ, a estufa recheada de petiscos recebeu nossos visitantes “sorrindo”. E eles tambĂ©m ficaram felizes com tamanha variedade de tira-gostos. DĂșvida, sĂł na hora de escolher entre a cerveja puro malte ou tradicional, afinal, nem todo mundo se entende o tempo todo nĂ©? Ainda no centro da cidade, seguimos para o Bar do AbĂlio e provamos o trio caipira, porção com chouriço, linguiça e torresmo. Nenel diz que Juiz de Fora Ă© a terra do torresmo, tamanha a variedade e apreço daqui pelo petisco. Depois de bebermos cerveja e tambĂ©m da fonte de sabedoria do Seu AbĂlio, o destino foi o Bar e Lanchonete Cascatinha, onde o saudoso cartunista Bello sempre teve cadeira cativa. A portentosa estufa estava completa, e alĂ©m dela surgiu uma rabada com agriĂŁo e angu como bĂŽnus pela visita.
Fotos: Marcos Bonder
De lĂĄ partimos em direção ao Bandeirantes para experimentar as asinhas de frango do bar que leva o nome do bairro. Tentamos extrair do NiĂ©cio alguma dica da receita, mas ela Ă© guardada hĂĄ mais de 40 anos e nĂŁo seria agora que ela ia vazar pra gente, nĂŁo Ă© verdade? Na sequĂȘncia, a pedida foi ir ao Bar du LĂ©o comer pastel, no meu caso, o de siri que Ă© novidade por lĂĄ. JĂĄ o tradicional bolinho de queijo parmesĂŁo foi pedido quatro vezes pelo Nenel, que jĂĄ o conhecia e estava com saudades. SaĂmos de lĂĄ e ainda passamos no Las Lenhas, na Rua Paula Lima, numa parada nĂŁo programada para conhecer o bar e comer dobradinha, que lĂĄ Ă© vendida em concha. O Bond achou curiosa a medida e curtiu a ideia! A viagem gastronĂŽmica botequeira seguiu para o bar com o melhor nome de todos: O Chico Cara Feia! Um septuagenĂĄrio buteco em que o saudoso Chico deixou receitas de comidinhas de boteco e um drink que sĂł existe por lĂĄ: O Trivisco! Mas sobre esse eu vou falar noutra coluna, aguardem!
Pra encerrar o passeio da quinta com louvor, partimos em direção ao Bairro Retiro para sermos recebidos pelo Totonho, com seu famoso rocambole de torresmo e a jarra de cachaça que era o desejo maior do Bond. E sentados à mesa acompanhados do nosso anfitrião, ouvimos histórias de petiscos e vårios causos engraçados. Nos sentimos como se estivéssemos em casa, como deve ser num bom botequim.
E assim terminamos o dia, repleto de bares e boas histĂłrias. Na sexta, aconteceu a visita de Bond e Nenel a um verdadeiro Ăcone juiz-forano, o Futrica, para uma fatia de pizza grega, uns chopes e a feijoada. Afinal, quem vai a Roma quer ver o Papa, nĂŁo Ă© verdade? De lĂĄ, eles seguiram viagem, cada um para a sua cidade natal, certamente satisfeitos com o que viram, comeram e beberam por aqui. Que voltem mais, porque ainda tem muito boteco bom para conhecerem. Vamos Juntos?!
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