Juiz de Fora, 31 de agosto de 2021.
Prezado jornalista Wendell Guiducci.
Sou professor aposentado da UFJF e, vez por outra, gosto de dedicar-me à culinária, um hobby praticado aos domingos e feriados, para não acostumar mal o pessoal aqui de casa.
Li, com a atenção necessária, a sua receita publicada na Tribuna de hoje, em que você (perdoe-me a intimidade) ensina a fazer uma “Fuzilzada completa”, particularmente porque dia 7 de setembro está chegando e eu estava sem inspiração para o prato que eu pudesse fazer em comemoração ao Dia da Pátria.
Como todo pseudocozinheiro, no entanto, gosto de saber, com detalhes, os ingredientes a serem utilizados e dar um toque pessoal aos manjares; assim notei que, na receita, você não estabeleceu o tipo de fuzil a ser utilizado e, penso, tal providência é imprescindível, pois na atual conjuntura, a utilização de um AK 47 (Kalashnikov calibre 7,62) não seria aconselhável, pois daria um tom “meio avermelhado” ao petisco, dada a sua origem russa. Melhor seria um AR 15 ou até mesmo um FAL, aquele oriundo dos EUA e, este, embora belga de nascença, já é produzido no Brasil. Talvez isso torne a “Fuzilzada” mais econômica.
Outro aspecto que me chamou a atenção foi a ausência, “data vênia”, de um acompanhamento.
Não há como ingerir-se um acepipe sem um complemento condigno, destarte, sugiro o uso de algumas caixas de cloroquina, umas duas por pessoa, o que pode ser facilmente adquirido em qualquer farmácia ligada ao “exército presidencial” por um preço irrisório.
Com as desculpas por estar enfiando a colher de pau na sua receita, sugiro, ainda, que você indique os locais de compra do ingrediente básico, que poderia ser, por exemplo, um grupo miliciano, facilmente encontrável em Brasília ou nas proximidades do Palácio Tiradentes, no Rio de Janeiro.
Como sobremesa, bombons da Kopenhagen.
Atenciosamente,
Igor Vanelli de Oliveira
Complemento à fuzilzada