Turismo: próxima parada

Por Kamylla Correia e Débora Mendonça

Com perspectivas de recuperação gradativa da economia e campanhas de imunização contra a Covid-19, um desejo comum, principalmente para quem vem adotando o modelo de trabalho home office ou se manteve recluso na pandemia, é o de viajar. Desde o início da pandemia do novo Coronavírus, a explosão dos casos de contaminação e as sucessivas quarentenas prejudicaram fortemente o desempenho do setor de turismo. Segundo dados da Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) e da Organização Mundial do Turismo (OMT), a perda desse setor chegou a 2,4 trilhões em 2020, afetando o Produto Interno Bruto (PIB) global, negativamente, em até 60%.

Segundo a OMT, em nível mundial, regiões em desenvolvimento como o Nordeste e Sudeste asiáticos, Norte da África e Sul da Ásia foram as que mais sofreram com os efeitos do isolamento social no setor turístico. No contexto brasileiro, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), desde março de 2020, o setor de turismo brasileiro perdeu cerca de R$ 355 bilhões em receita e fechou de mais de 35 mil estabelecimentos com vínculo empregatícios, o que representou sua maior perda desde 2016. Além disso, dados mostram que restaurantes e alojamentos tiveram um ganho de 33,5% a menos, além de conjuntos de locação de veículos, agências e operadoras de turismo registrarem queda de 13,2% em comparação a maio de 2019. Todavia, no mesmo mês neste ano, o setor registrou um rendimento de R$ 9,6 bilhões, representando um crescimento de 47,5% quando comparado com o mesmo mês de 2020, o que pode caracterizar o início de uma reviravolta dos resultados do ramo.

Várias estratégias têm sido promovidas por setores públicos e privados para o desenvolvimento de ações para alavancar o setor de turismo. Um estudo do Instituto Semeia e da Boston Consulting Group (BCG), mostra que o Brasil poderia criar até um milhão de empregos se aumentasse o investimento em parques nacionais, como os da Tijuca (RJ), Chapada dos Veadeiros (GO) e Lençóis Maranhenses (MA) devido ao grande número de turistas brasileiros que irão visitavam os parques no período pós-pandemia. Ademais, especialistas afirmam que haverá dois momentos distintos na retomada do turismo brasileira do turismo, de acordo com a Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), o mercado doméstico deverá ganhar ímpeto a partir do meio deste ano, garantindo aos brasileiros a consolidação de suas viagens de final do ano.

Conjuntura e Mercados

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