A dinâmica do setor de serviços voltados a esportes na pandemia

Por Jonas Carvalho e Paulo Betbeder

Os serviços voltados para esportes e atividades físicas enfrentaram diversas dificuldades ao longo de 2020 com as restrições impostas para o controle do coronavírus. Em meio à pandemia e às restrições ao setor, instituições sanitárias reforçaram a importância das atividades físicas. Segundo a Sociedade Brasileira de Atividade Física e Saúde (SBAFS) e a Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE), o sistema imunológico apresenta melhora quando há a prática de atividades, contudo, no atual contexto, o desafio é se manter distante do vírus.

Nesse sentido, a Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizou suas diretrizes em relação a atividades físicas durante a pandemia. O novo documento sugere que um adulto faça entre 150 e 300 minutos de atividade moderada durante a semana, e 75 a 150 minutos de atividade de alta intensidade. Em Juiz de Fora, as políticas de controle da doença restringiram diversos ramos da atividade, como as academias. Entre idas e vindas das ondas de classificação do comportamento da doença na cidade e região, as atividades buscam espaço para se adaptar.

Dadas as diversas manifestações do setor, a Câmara Municipal aprovou, em agosto de 2020, uma lei que incluía atividades em academias e quadras poliesportivas como essenciais, contudo, a lei somente entrou em vigor em outubro após ser barrada em um primeiro momento. Mas a confusão em torno do funcionamento da atividade não parou por aí. Com o retorno da onda vermelha em dezembro, a atividade ficou proibida novamente, ficando em vigor até o começo de janeiro. Posteriormente, a cidade transitou entre as ondas amarelas e vermelhas, porém, dessa vez, o setor não foi barrado.

Dessa forma, a atividade tenta se recuperar dos efeitos da pandemia, com boas expectativas para 2021.

Seguindo a tendência nacional, o setor em Juiz de Fora espera que, especialmente após a vacina, o número de alunos volte a crescer. O número de downloads de aplicativos de treino remoto também aumentou após os fechamentos de março, fator que indica que muitos não deixaram de praticar exercício físico mesmo isolados. Por um lado, o aumento da procura de treinos remotos indica o interesse desses alunos afastados, por outro, ainda há de se ter cautela, visto que o tempo que levará para a vacinação do público é incerto e, assim, ainda permanecerá o risco de exposição da prática de exercícios em ambientes fechados, sem contar a incerteza administrativa, por parte do poder de decisão da cidade, que pode novamente votar para o fechamento da atividade – mesmo na chamada onda vermelha.

Tribuna

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