Infraestrutura logística e o desenvolvimento regional

Por Fernando Perobelli, Leandro Venâncio, Joyce Guimarães, Gabriel Barbosa, Ramon Goulart e João Pio

Muito se discute a respeito da infraestrutura no Brasil, assim como em outros países. Porém, a agenda atual das questões relativas à infraestrutura não contempla o processo de integração dos equipamentos de infraestrutura, o que consideramos mais importante do que apenas a realização de grandes investimentos e ampliação da capacidade física instalada de forma isolada.

Tais investimentos devem ser pensados em rede, o que potencializaria o crescimento econômico, sobretudo por proporcionar maiores ganhos de eficiência produtiva e, por consequência, redução de custos e aumento de competitividade de uma região. O conjunto de rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e hidrovias de uma região qualquer, sejam para transporte de cargas ou de passageiros, é conhecido como infraestrutura logística.

É de se esperar que, quando tratamos de desenvolvimento regional, esse tema tenha grande relevância. Tal importância está ligada aos benefícios econômicos e de bem-estar social decorrentes de uma infraestrutura logística consolidada e bem planejada, o que envolve a diminuição do tempo de transporte de passageiros, a expansão das fronteiras de comércio e a ampliação do mercado consumidor, por exemplo.

De acordo com documento publicado em 2015 pelo Sistema Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais), a infraestrutura logística na Zona da Mata Mineira representa um importante obstáculo para o seu desenvolvimento. Ao observar alguns dados do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) é possível entender um pouco melhor esse problema. Entre os 142 municípios da mesorregião, cinco possuem aeroportos, um possui porto seco, 24 dispõem de estações ferroviárias e 33 são contemplados com a passagem de rodovias federais em seu território.

Os números podem parecer baixos, dada a quantidade de municípios que pertencem à região. No entanto, o alerta é no sentido de aproveitar o que se tem disponível. Um exemplo: com a conclusão das obras de ligação entre o Aeroporto Regional e a BR-040, um dos efeitos é a diminuição do tráfego de veículos na região central de Juiz de Fora e a atração de investimentos para os municípios do entorno. Esse único exemplo deixa claro que melhorias na infraestrtura logística devem ser pensadas no sentido de estimular a formação de redes que potencializem o crescimento econômico de toda uma região.

 

 

 

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