Startups: tendĂȘncia ou efemeridade no Brasil?

Por Por Marcos Sena e Débora Mendonça

O ano de 2020 foi um perĂ­odo desafiador Ă  população brasileira. O entrave ocasionado pela disseminação do Covid-19, juntamente Ă s consequĂȘncias do vĂ­rus, teve reflexos em todos os Ăąmbitos da sociedade, dentre os quais podem-se destacar as perdas econĂŽmicas que fizeram parte do cotidiano dos brasileiros. Segundo a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de DomicĂ­lios) ContĂ­nua divulgada pelo IBGE, a taxa de desemprego atingiu, atĂ© outubro do ano passado, 14,1 milhĂ”es de pessoas. É inegĂĄvel que os efeitos desse contexto tambĂ©m serĂŁo vivenciados ao longo de 2021 atĂ© que o paĂ­s se afaste deste perĂ­odo de fragilidade econĂŽmica.

Ao passo que 2020 estabeleceu-se como um ano de frustraçÔes para uns, outros encontram oportunidades para aproveitar de espaços prósperos dentro do mercado, como foi o caso das startups.

De acordo com a Associação Brasileira de Startups (Abstartups) o Brasil contava, em 2020, com 12.700 startups, um nĂșmero que representou quase o triplo do que havia sido computado em 2015. Juntamente ao crescimento quantitativo, sucedeu-se um desdobramento financeiro, condição a qual atĂ© junho de 2020, contabilizou R$ 5,7 bilhĂ”es investidos em Venture Capital, investimento focado em empresas de menor porte de faturamento, e R$ 4,5 bilhĂ”es em Private Equity, modalidade de investimento com foco em empresas jĂĄ consolidadas. Ainda seguindo relatĂłrios da Abstartups, o avanço do amadurecimento do ecossistema de empreendedorismo no paĂ­s possui grande parcela no crescimento desse formato de empresa.

Para essas empresas, a capacidade de se reinventar e se adaptar mais rapidamente fez a diferença. Prova disso é que um estudo feito pelo Sebrae em parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) aponta que, diferentemente do que aconteceu nas empresas tradicionais, 76% das startups não precisaram demitir funcionårios e 16% tiveram interesse de contratar mais funcionårios. A pesquisa também mostra que, no cenårio geral de médias e pequenas empresas, 4% notaram elevação da receita, enquanto 13% dos pequenos negócios inovadores tiveram aumento no faturamento em meio à crise.

AlĂ©m disso, das 15 startups brasileiras que alcançaram valor mĂ­nimo de mercado de um bilhĂŁo de dĂłlares, as chamadas unicĂłrnios, quatro atingiram esse patamar em 2020. Seguindo essa tendĂȘncia, 2021 promete ser um ano promissor. Apesar dos desafios ainda enfrentados por causa da crise causada pela pandemia do novo coronavĂ­rus, o ano dĂĄ indĂ­cios animadores. O ano jĂĄ conta com a primeira startup a atingir valor de mercado de um bilhĂŁo de dĂłlares e a expectativa dos especialistas Ă© que haja aumento no nĂșmero de fusĂ”es, aquisiçÔes e aberturas de capital. Ademais, os avanços regulatĂłrios como a aprovação da telemedicina, a chegada do Sistema Open Bank e do Pix, sĂŁo elementos fundamentais para o que mercado de startups continue colhendo bons frutos nesse ano.

Conjuntura e Mercados

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