Ame ou odeie, BBB 24 é um dos maiores da história

Apesar dos naturais altos e baixos, é impossível não admitir que o atual BBB rendeu entretenimento

Por Bernardo Marchiori

Ame ou odeie: o BBB 24 é um dos maiores da história
(Foto: Reprodução/TV Globo)

O último texto da coluna Confessionário aproveitou o espaço e o pouco tempo até o fim do Big Brother Brasil para tecer uma opinião possivelmente impopular a respeito da 24ª edição do programa: “Embora a reta final esteja previsível no quesito eliminações, não dá para não afirmar que o BBB 24 é um dos melhores de todos os tempos”.

Uma pessoa – não identificada como fã ou hater, mas aparente parte da audiência, já que parou para ler o trecho e ainda opinou – afirmou, via emoji, que se sentiu ‘palhaço’ após ler na Tribuna que a edição foi uma das melhores de todos os tempos. Pode, sim, ser uma verdade difícil de ouvir. Afinal, de fato, o BBB perdeu um pouco de seu prestígio no cenário nacional.

Entretanto, considerando o que se tornou o programa na era do cancelamento iminente – uma disputa para definir quem está no topo da coitadolândia -, pode-se dizer que a edição 24 ultrapassou as expectativas. Principalmente após os péssimos BBBs 22 e 23, o atual é quase uma luz no fim do túnel.

BBB em eras

É possível dividir o Big Brother Brasil em quatro eras: 1 ao 6; 7 ao 11; 12 ao 19; e 20 ao 24. Na primeira, a busca pelo formato ideal foi bem marcante no quesito “programa em construção”. A não ser por raras exceções, é praticamente impossível o rascunho se equiparar à obra final. O ponto alto foi o BBB 5, vencido pelo ex-deputado federal Jean Wyllys. A edição ainda revelou a atriz e apresentadora Grazi Massafera, que foi a vice-campeã na ocasião.

A segunda era foi, sem dúvidas, o “período de ouro” do BBB. Como não lembrar do trisal formado por Diego Alemão, Íris e Fani, no 7? O 8 e o 9, vencidos por Rafinha e Max, respectivamente, sofreram uma queda de qualidade. O 10, sem dúvidas, é top-2 da história. Vencida por Marcelo Dourado, é uma das poucas edições em que quase todo o elenco merece ser relembrado.

Anamara, Angélica ‘Morango’, Dicesar, Lia, Fernanda, Serginho e todos os outros garantiram o BBB 1o no Monte Rushmore do programa. Pra fechar a era, Maria venceu a excelente 11ª edição. As festas rendiam, Maria foi protagonista desde sempre e, mais uma vez, Pedro Bial foi excelente nas suas palavras.

BBB 24 Monte Rushmore
Monte Rushmore (Foto: Samuel Karle/Pexels)

A partir daí, a terceira era culminou no pior momento do Big Brother Brasil. A realidade é: nem sempre é fácil lembrar os campeões do 12 ao 19. A edição 18, vencida por Gleici, até conseguiu se destacar – Ana Clara, atual apresentadora da Globo, foi a grande revelação. Entretanto, se fosse em outro momento (como na segunda era), talvez este BBB não teria tanto destaque.

A era 4 começou bem, potencializada pela pandemia de Covid-19. Embates como o de Manu Gavassi e Felipe Prior e a instauração do Camarote mudaram o rumo do programa. Já o 21 entra no top-2, ao lado do 10. Se você assistiu à edição, o desafio é falar de um único participante que não teve o próprio enredo e gerou entretenimento. Além disso, a maior eliminação (Karol Conká, com 99,17%), a maior campeã (Juliette, com 90,15%) e a maior personalidade (Gilberto, o ‘Gil do Vigor’) marcaram a história.

Infelizmente, as edições 22 e 23 não foram marcantes. Arthur Aguiar, mesmo após admitir nem saber quantas vezes traiu a ex-esposa Maíra Cardi, venceu o primeiro por ter sido o único a jogar. Já o segundo teve em Amanda uma das piores campeãs da história. Os dois são ‘para esquecer’.

Obrigado por existir, BBB 24

Discursos impecáveis de Tadeu Schmidt, muitas brigas e excesso de enredo. Teve tudo isso e mais um pouco na 24ª edição do programa que abriga pessoas na casa mais vigiada do Brasil. Poucos participantes podem ser considerados completas plantas. Até estes tiveram seus enredos, mesmo que de maneira curta.

Mas o principal, que comprova a tese e fez este colunista voltar a falar disso, é a briga entre Davi e Beatriz nos últimos dias. “Querendo ou não, não é fácil lembrar de um Big Brother Brasil que teve a reta final da forma que merecia”, afirmei no último texto. E qual foi a última vez em que uma confusão tão proeminente marcou uma reta final de BBB?

Os dois amigos e aliados no jogo até pouquíssimo tempo atrás. Um Sincerão (mais uma jogada de mestre da produção) alterou completamente os rumos da casa, mesmo que tão próximo da final. As fadas chegaram juntas ao top-5, mas pouco antes da saída de Buda, o cenário já havia mudado. Como diria o narrador do Grupo Globo Luiz Carlos Júnior: “vai ter emoção até o fim!”.

Expulsão, desistência, romances, términos de romances, brigas dentro de grupos de aliados, roupas na piscina, gritaria, fofocas externas, bordões e muito mais. Basicamente, basta o público aderir à ideia: pode ser chato, mau caráter, jogador, briguento, entre outros; só não pode ser planta. Se pensar dessa forma, é impossível não colocar o BBB 24 entre os melhores da história. Como sempre, o povo só irá valorizar depois que perder. Desfrutemos dos últimos dias.

Bernardo Marchiori

Bernardo Marchiori

Bernardo Marchiori é estagiário na Tribuna desde fevereiro de 2023 e cursa Jornalismo na Universidade Federal de Juiz de Fora. Escreve matérias para o caderno de editorias gerais, com notícias factuais e reportagens especiais. Já atuou na assessoria da Prefeitura de Juiz de Fora e é bolsista na rádio da Faculdade de Comunicação da UFJF. E-mail: [email protected] LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/bernardo-marchiori-da-costa-8719a51b0

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