Papo de Domingo: Uma vida intensa entre a educação e a política

Por Cesar Romero

Maria Luiza Oliveira Moraes 290318 papo de domingoPapo de domingo

Maria Luiza de Oliveira Moraes

Uma vida intensa entre a educação e a política

Suas origens são humildes. Filha de Alice e Júlio Martins, ela nasceu na Fazenda do Ribeirão, em Bicas, para iniciar, em Juiz de Fora uma vida pública marcada por intenso e bem sucedido trabalho na educação e na política. Primeiro, formou-se em Farmácia e Bioquímica na UFJF com pós-graduação em Análises Clínicas na UFRJ. Mas a vocação para o magistério levou Maria Luiza a cursar também Pedagogia, na UFJF e Psicologia, no CES. Por 26 anos foi professora do curso de Farmácia e Bioquímica da UFJF e do Instituto Granbery, além de fundadora e professora do curso de Psicologia da Faculdade de Cataguases. Fora da sala de aula, Maria Luiza foi bioquímica do antigo DAE, hoje Cesama, vereadora, secretária de Educação e de Governo, além de superintendente da Amac.

CR- Como vereadora quais foram as maiores dificuldades no exercício do legislador?
– Fui Vereadora de 1983 a 1996, um mandato de 6 anos e dois mandatos de 4 anos. Neste tempo, a Câmara era muito modesta, de tal forma que os vereadores não tinham gabinete individual e atendiam no salão de entrada do prédio, com mesas colocadas umas ao lados da outras. Tudo muito simples, sem verbas de gabinete e outras vantagens que existem
atualmente para favorecer o cumprimento do mandato. As dificuldades eram as mesmas de hoje, o vereador era visto como executor de obras e não como legislador e fiscal do executivo. Muitas cobranças, especialmente no primeiro mandato, quando o eleitor espera que o vereador, no qual votou, vai resolver todos os seus problemas, pessoais e da sua comunidade. As reeleições são mais difíceis.

– Vera Faria e Helena Bittencourt foram as únicas mulheres, antes de você, e Raquel Scarlatelli que ocuparam uma cadeira na Câmara. Por que ainda hoje a participação feminina é pequena no parlamento?
– Acredito que esta pouca presença da mulher no Legislativo e nos cargos públicos de maneira geral, ocorre devido ao machismo que impera no mundo e onde a mulher através de muita luta tem conseguido avançar, mas ainda está longe de atingir a sonhada igualdade.

– Na sua visão, o que aconteceu para que o exercício da política ficasse, nos dias de hoje, tão desacreditado?
– Acho que devido aos escândalos nos quais os políticos estão envolvidos: corrupção, recebimento de propina e desvio de dinheiro público, manchetes que ocupam nossos meios de comunicação todos os dias. Está muito difícil acreditar nos políticos, com raras e honrosas exceções… Hoje, até o Judiciário está desacreditado, especialmente os tribunais superiores, desvirtuando totalmente o papel que lhes cabe, ou seja, a de guardiões da Constituição e de imparcialidade nos julgamentos.

– Hoje, na coordenação da Casa da Mulher, como vê a importância (na prática) da Lei Maria da Penha?
– É um divisor de águas no que se refere ao rigor na punição dos agressores das mulheres, vítimas da violência doméstica. A Casa da Mulher foi criada pelo prefeito Bruno Siqueira, em 2013, exatamente 30 anos depois que a Maria da Penha sofreu a agressão que lhe deixou paraplégica. A Casa da Mulher atende exclusivamente as vítimas da violência doméstica. É um trabalho altamente gratificante. Nestes quase cinco anos, já foram atendidas, aproximadamente, 12 mil mulheres.

– Como é o quadro de violência contra a mulher? Quantas denúncias ou procura de apoio por mês?
– O quadro caracteriza-se pelos cinco tipos de violência preconizados pela Lei Maria da Penha – psicológica, moral, física, sexual e patrimonial. Mensalmente temos uma procura média de 200 a 250 casos. Acredito que a vigência da lei encorajou as mulheres a denunciarem situações suportadas em silêncio por anos a fio, pois o machismo e a impunidade causavam medo e faziam com que as mulheres sofressem caladas todos os tipos de violência no âmbito familiar.

– Você foi também secretária municipal de Educação no período áureo de implantação das escolas de educação infantil (Emeis). Foi uma boa experiência?
– Esta foi uma das fases mais importantes e felizes da minha vida pública. Como secretária na administração do prefeito Mello Reis, construímos várias escolas, sendo quatro de ensino fundamental e treze de educação infantil. Foi criado na nossa gestão o Departamento de Esportes, implantando aulas de educação física nas escolas, até então inexistentes. Foi construido, em 1982 o Centro de Apoio ao Esporte Amador – Cesporte, para abrigar as Ligas Esportivas e hospedar equipes das modalidades de esportes, especialmente de voleibol, que vinham à cidade disputar partidas de campeonatos mineiro e nacional.

Ping Pong

Viagem inesquecível: Turquia e Grécia, com Capadócia, Desviches Rodopiantes, Casa de Nossa Senhora, Ilhas Gregas
Um escritor: Augusto Cury
Uma escritora: Cecília Meireles
Melhor livro: “O Vendedor de Sonhos”
Um grande político: Francisco Antonio de Mello Reis
Ator: Clark Gable
Atriz: Elizabeth Taylor
O filme: “Em algum lugar do passado”
Grife: Ray Ban
Prato preferido: Bacalhoada
Sobremesa: Goiabada com queijo Minas
Candidato a presidente: Ainda não tenho. Está difícil escolher no cenário atual.
Opção de lazer: Viajar
Time do coração: Vasco da Gama e Tupi
O que mais irrita: A corrupção no Brasil e a partidarização do STF.
Um momento mágico: O recebimento do título de cidadã honorária de Juiz de Fora, apresentado pelo vereador João Carlos Campos.
Uma frase: “O saber a gente aprende com os mestres e com os livros. A sabedoria se aprende com a vida e com os humildes”, de Cora Coralina.

JF Por Aí…

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Recursos em BH: O vereador Adriano Miranda participou de uma reunião com o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, o ministro da Integração Nacional, Hélder Barbalho e o deputado e presidente nacional do PHS, Marcelo Aro. Na pauta, recursos do Governo para cobrir os prejuízos das últimas chuvas na Zona da Mata. No ‘flash’, Alexandre, Adriano, Hélder, Marcelo e o prefeito de Nova Lima, Vitor Penido.
Cesar Romero

Cesar Romero

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