Essa é a última Coluna do ano. Próximo de 50 delas, foram produzidas, semanalmente, com o objetivo de escrever sobre o meu, o seu, o nosso processo de envelhecimento. E receber, de vocês, caros leitores e leitoras, comentários, críticas, sugestões de assuntos e conteúdos ligados ao tema da gerontolescência (maturidade, velhice). Não tenho dúvida alguma em afirmar que se trata de um tema ou de um assunto que cresce de importância e sentido para a nossa vida: envelhecer! Que é uma realidade inexorável, querendo ou não, com maior ou menor dificuldade pessoal e/ou resistência emocional, todos nós vamos envelhecer ou envelheceremos. E é preciso preparação e planejamento para essa nova fase da vida da gente. Nem sempre é comum entre nós. Que preferimos ficar na ilusão e na fantasia de que quem envelhece é o outro; eu, não.
Passados dois anos de existência desse espaço aqui na Tribuna, agradeço a direção do Grupo Solar de Comunicação pela oportunidade de me comunicar com o público leitor; e pelo convite, que muito me honra, para ser o autor desse espaço, de todas as sextas-feiras. Agradeço à competente jornalista Marise Baesso, de quem sou fã, pelas conversas iniciais para a efetivação desse expediente. O retorno que tenho dos leitores sobre o que escrevo é muito interessante e motivador para continuar no desafio de produzir linhas e linhas sobre um assunto que ainda carece de maior participação do Poder Público e de toda a cidade. Principalmente se olharmos os nossos números, oficialmente colocados. Juiz de Fora tem uma população idosa, pessoas com a idade igual ou maior de 60 anos, muito expressiva e significativa. São aproximadamente 105 mil pessoas nessa faixa etária.
Fica a pergunta: o que a cidade oferece de serviços sociais, de saúde e de outras políticas públicas para essas cidadãs e cidadãos que fizeram e ainda podem continuar a fazer pelo município? Comprovadamente, as pessoas idosas querem muito mais que o tricô e o crochê – nada contra -, mas elas exigem tratamento nas relações sociais com mais respeito, mais atenção e com mais cidadania e civilidade. Menos mortes no trânsito e atos violentos em suas rotinas familiares. A cidade com todo esse grande contingente de pessoas idosas no seu cotidiano, não está preparada para atendê-las. O que falta? Falta essa agenda estar presente, de verdade, em todas as secretarias do munícipio. Todas elas. Para isso, é fundamental a participação política das vereadoras e vereadores da próxima legislatura na sensibilização e envolvimento com o tema. É imprescindível a contribuição política do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa. A Comissão Permanente de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa da Câmara Municipal, com novas vereadoras e vereadores envolvida/os com o fortalecimento da cidadania das pessoas idosas em nossa cidade. A atuação da CÂMARA SÊNIOR é de extrema relevância para o empoderamento da representação pública e política do segmento idoso de Juiz de Fora.
A luta continua. Trocamos a folhinha no calendário, mas os desafios persistem. Para o ano que vem, a Assembleia Geral das Nações Unidas declarou no dia 14/12/20, o período de 2021 a 2030, como a DÉCADA DO ENVELHECIMENTO. Em termos práticos, para o dia a dia das pessoas idosas que vivem na cidade, o que isso significa? Significa que haja o quanto antes, por parte de todos nós, um mudança na forma como pensamos, como sentimos e como agimos em relação às pessoas idosas. Começando dentro da nossa casa. Na vizinhança, no ônibus. Na unidade básica de saúde. Nas agências bancárias. Por onde as pessoas idosas circulam, resguardadas as condições sanitárias mais o isolamento social delas, nesse tempo de pandemia. Significa também que a cidade deve ser para todas as pessoas, onde “tudo é para todos” e facilitar a capacidade das pessoas idosas de participarem e contribuírem para o desenvolvimento da comunidade. A ONU – Organização das Nações Unidas manda um recado para as cidades: é apenas trabalhando unidos – governos/sociedade civil/setor privado – é que poderemos não apenas adicionar anos à vida, mas também melhor qualidade de vida a esses anos.
O ano de 2020 me ensinou muita coisa. Principalmente a valorizar a vida e a buscar um significado para ela. A ter um propósito, ou mais de um. Aprendi a sair do centro das coisas e escolhi ser um aproximador de pessoas. Falte tudo, menos Deus! Manifesto de todo o meu coração, gratidão a vocês, prezadas leitoras e leitores, que me deram presença durante o ano. Feliz Natal! Feliz Ano Novo!