Atividade física e envelhecimento!

Por Jose Anisio Pitico

Estou ficando velho. Comecei o trabalho social e público com as pessoas idosas – uma fração delas, as que não tinham para onde ir e nem com quem conversar – no ano de 1988, no fim do primeiro governo do ex-prefeito Tarcísio Delgado, quando ele entregou à cidade o Pró-Idoso, inaugurado oficialmente no dia 17 de junho daquele ano. Fim de tarde de um mês de inverno. Para esquentar, um chocolate servido aos convidados. E eram muitos. Avenida Rio Branco 3442. Hoje é um espaço para a oração.

Foram 16 anos e mais 15 no Departamento de Saúde do Idoso. Como era de se esperar, eu mesmo envelheci. A vida seguiu seu rumo e continua seguindo. Como diria o poeta de Itabira/MG e do mundo, Carlos Drumond de Andrade, “ficaram velhas todas as coisas, eu mesmo envelheci”. Eu tinha, no início desse trabalho, 27 anos. De lá para cá, já se passaram 35 anos. Aquele menino que foi apresentado ao grupo de idosos da extinta LBA – Legião Brasileira de Assistência – sob a direção da assistente social Zeneida Theresinha Delgado (in memoriam) envelheceu. Está na Terceira Idade. E nessa condição de vida em que me encontro, não dá mais para falar aos outros, às pessoas, de um modo geral, sobre como chegar bem à velhice, se eu não faço em mim o que eu sugiro a elas para fazer.

Um exemplo, ter uma rotina de atividades físicas. É um lugar-comum ler ou ouvir dos especialistas em geriatria e gerontologia que a prática de atividades físicas faz muito bem à nossa saúde e é um “santo remédio” para a prevenção de vários agravos à nossa autonomia e independência de saúde. Hoje eu participo ativamente de uma academia de educação física pela conscientização pessoal de que desejo vivenciar o meu envelhecimento de uma forma ativa e saudável. Trata-se de uma mudança de comportamento. Porque sei e sinto que minhas respostas fisiológicas, mesmo sem saber, com profundidade, mudaram. Porque meu corpo tem outra reação diante do que eu fazia quando jovem. E é assim pra todo mundo. Meu campo para essa análise desse comentário é sobre jogar futebol. Que, desde pequeno, eu jogava na rua com o meu pai – todos os sábados, à tarde, tipo às 14h30, na Rua do Quartel. Rua General Gomes Carneiro, em frente ao 10° Batalhão de Infantaria.

Desejo prolongar por um maior tempo possível minha aposentadoria das quatro linhas. Mesmo na companhia amigável da artrose que pega mais no joelho esquerdo. Mesmo com as frequentes dores musculares após os sábados, agora pelas manhãs, do Arkadyas Sênior. Com o envelhecimento desejo ampliar meus interesses para outras práticas esportivas. Tentei o beach tennis e gostei. Mas dei uma paradinha. O gosto pelo basquete vem do tempo do Colégio Estadual Sebastião Patrus de Souza. Aquele que fica (ou ficava) no alto do morro no Bairro Santa Terezinha. Depois nunca mais joguei, mas eu gosto. Há quem diga, e eu concordo, que pela minha natureza física, tenho 1,92 de altura, poderia me tornar um cestinha. Mesmo diminuindo um pouco de estatura, ação do tempo em nós, mantenho um biotipo favorável. Mas não deu. Criado moleque de e na rua, a bola nos pés teve mais aceitação e não me deixou mais. Essa coluna de hoje tem a intenção de passar o seguinte recado, caro leitor e leitora: comece agora, ainda dá tempo, com a idade que você tiver, para iniciar a prática regular de atividades físicas, escolha a sua. Esse comportamento é um dos principais fatores, entre outros, para a gente conquistar um envelhecimento saudável.

Fale com o Pitico: [email protected] – (32) 98828-6941

Jose Anisio Pitico

Jose Anisio Pitico

Assistente social e gerontólogo. De Porciúncula (RJ) para o mundo. Gosta de ler, escrever e conversar com as pessoas. Tem no trabalho social com as pessoas idosas o seu lugar. Também é colaborador da Rádio CBN Juiz de Fora com a coluna Melhor Idade. Contato: (32) 98828-6941

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