Por que procurar um/a gerontólogo/a?

Por Jose Anisio Pitico

Eu vou começar essa Coluna – na busca de responder à pergunta do título – e defenderei a necessidade de a gente buscar orientação de um ou de uma profissional capacitada/o, especializada/o na matéria, no assunto; que possa nos auxiliar na vivência do nosso envelhecimento. Esse profissional ou essa profissional necessariamente tem que ser um médico geriatra ou uma médica geriatra, que, naturalmente, cuida da saúde das pessoas idosas, cuida da saúde de todos nós que envelhecemos.

E penso também que é necessário contar com o apoio e o acompanhamento de um profissional ou de uma profissional da gerontologia. Que por ser um campo de atuação onde a presença de vários profissionais é sempre muito bem-vinda e imprescindível, tendo em mente que as necessidades das pessoas idosas são amplas, muitas e complexas, daí ser fundamental que tenhamos disponível uma rede de apoio científico nas intervenções demandadas pela saúde de todas as pessoas que estão nesse estágio da nossa vida: a velhice. Mas o que é mesmo a gerontologia? E o que faz um gerontólogo ou uma gerontóloga?

Percebo que o entendimento sobre o que faz um médico geriatra ou uma médica geriatra é mais fácil de se entender do que faz um gerontólogo ou uma gerontóloga, no conjunto da sociedade, no dia a dia das nossas relações cotidianas. O geriatra ou a geriatra cuidam da saúde da pessoa idosa; da saúde física, propriamente dita. Assim como o pediatra ou a pediatra cuidam da saúde das crianças. Diferentemente da procura ao geriatra que é mais difícil, por ter seu público culturalmente desvalorizado, numa sociedade ainda muito etarista, a procura pelo/a pediatra é bem mais recorrente e estimulada socialmente do que a procura pelo/a geriatra. Por exemplo: se o nosso filho, de pouca idade, está com febre por causa de inflamação na garganta, a gente – nós, pais – não o leva ao otorrinolaringologista, e sim, ao nosso pediatra de confiança. Com as queixas das pessoas idosas, o cuidado delas, nossa postura é outra, e é muito diferente. Por quê?

Se o meu pai ou o meu avô apresenta uma forte dor de cabeça, eu o levo a um plantão médico de um serviço de saúde que prestará o atendimento, sem especialista na área. Por que não temos atendimento geriátrico nos hospitais da cidade? Assim como temos programas de qualidade no atendimento à saúde das crianças, o que é necessário, por que não temos um ambulatório municipal de geriatria e gerontologia, numa cidade como a nossa, que tem mais de 100 mil pessoas idosas? Não vejo nas plaquinhas das recepções das unidades de saúde geriatras de plantão. Se a intervenção do geriatra ou da geriatra ainda é de pouca visibilidade social (isso está mudando), pior é nesse sentido, em relação ao profissional de gerontologia.

Lembrando que gerontologia é a disciplina que oferece um cardápio de atitudes e comportamentos para os vários cuidados à saúde de todos nós, que envelhecemos, visando à conquista de uma longevidade possível e que seja ativa e saudável – com autonomia e independência na gestão de si e de suas atividades de vida diária. O gerontólogo ou a gerontóloga vai cuidar da saúde buscando a integração dos aspectos físicos, sociais, psicológicos, emocionais, econômicos e espirituais em nossa vida. Levando à compreensão de que o futuro começa agora, o cuidado com saúde precisa ser feito o quanto antes, principalmente para a prevenção de agravos que a idade pode trazer, e em alguns casos traz, e podem comprometer a nossa capacidade funcional, que é o grande fantasma que habita as nossas casas.

Jose Anisio Pitico

Jose Anisio Pitico

Assistente social e gerontólogo. De Porciúncula (RJ) para o mundo. Gosta de ler, escrever e conversar com as pessoas. Tem no trabalho social com as pessoas idosas o seu lugar. Também é colaborador da Rádio CBN Juiz de Fora com a coluna Melhor Idade. Contato: (32) 98828-6941

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