Mulheres idosas importam!

Por Jose Anisio Pitico

No mês de março, precisamente no dia 8, temos o registro no calendário mundial do Dia Internacional da Mulher. Essa data foi oficializada pela Organização das Nações Unidas na década de 1970. Simboliza a luta histórica das mulheres para terem suas condições de vida equiparadas às dos homens. Várias atividades, eventos, palestras, rodas de conversas, filmes e tantas outras manifestações ganham visibilidade para exatamente denunciar e chamar a atenção do país para a necessária transformação da realidade feminina no seu dia-a-dia. Aqui em JF não é diferente. Tivemos e teremos várias agendas temáticas com esse objetivo básico, entre tantos outros: valorização e respeito a todas as mulheres. Contra o machismo e contra todo e qualquer tipo de violência. Entre injustiças dadas por condições históricas legitimadas pelos homens e que precisam ser abolidas do nosso convívio social e público.

É uma data que vem carregada de muita militância social e política. Como deve ser. Acompanhando essas atividades, observo que, até pouco tempo atrás, nesse dia (8 de março), na mídia, principalmente na TV, a data era marcada, trazendo hits musicais de Rita Lee, em sua “cor de rosa choque”; passando por repetidas vezes, Erasmo Carlos, com a sua “sexo frágil”, até aportar nas canoas nordestinas com a para sempre, também lindíssima canção que eternizou Amelinha, “Mulher Nova, Bonita e Carinhosa, Faz o Homem Gemer Sem Sentir Dor”.

Hoje a percepção que tenho é a de que precisamos falar mais, ocupar os espaços públicos e fazer movimentação pública, militância mesmo. Fazer uma nova história. Uma outra sociedade. Aí que coloco a existência e a presença das mulheres idosas, e que a meu modo, faço política. Tenho uma militância em favor da atenção e consideração a todas as pessoas idosas. É fundamental considerar que a maioria do mundo que compõe o envelhecimento, a sua maior parte é do gênero feminino. Feminização da velhice. As mulheres vivem mais do que nós. Então até por uma questão de maior longevidade, há que se reconhecer o poder e a capacidade da mulher.

Por falar em ter maior visão e profundidade, me esquenta a memória a presença da minha avó, Dona Nilta, que com sua baixa estatura física, acolhia os netos e netas, na grandeza de seu coração e de sua alma, sempre terna, livre e carinhosa. Ô saudade! Certamente, ela não sabia que dia 8 de março é o dia internacional da mulher. Nem por isso deixou de ser lembrada aqui nessa homenagem, em que desejo cumprimentar e saudar todas as mulheres idosas do nosso planeta.

À minha mãe, mulher que me deu o mundo, a professora que desejou ser e não foi, fez de mim um amador dos livros e da literatura. Muito obrigado! Com toda a luta das mulheres na defesa de seus direitos, justiça social e reconhecimento pela sua capacidade, é imprescindível olhar para os lados e levar todas as demandas das mulheres idosas, e que infelizmente, por indiferença pública e política, na maioria dos casos, encontram-se sozinhas e desprotegidas socialmente. E pedem socorro.

Precisam de cuidados, afeto e amor.

Jose Anisio Pitico

Jose Anisio Pitico

Assistente social e gerontólogo. De Porciúncula (RJ) para o mundo. Gosta de ler, escrever e conversar com as pessoas. Tem no trabalho social com as pessoas idosas o seu lugar. Também é colaborador da Rádio CBN Juiz de Fora com a coluna Melhor Idade. Contato: (32) 98828-6941

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