A tocha e a rifa de Ronaldinho da Costa
Dias atrás, tarde de uma sexta-feira, e, de repente, chega uma mensagem no WhatsApp. Com tanta fake news circulando nos celulares, imaginei que aquela seria mais uma. Mas não. Gedair Reis, amigo e corredor juiz-forano super confiável, não erraria na sugestão de pauta repassada à Tribuna.
Ronaldo da Costa, natural da vizinha Descoberto, atleta olímpico, medalhista pan-americano, vencedor da São Silvestre em 1994, primeiro colocado na Maratona de Berlim em 1998, com o tempo de 2h06m05s, marca que quebrou o recorde mundial na época, rifando a tocha olímpica conduzida por ele em 2016, durante passagem por Bicas, para tentar manter de pé um projeto social do Instituto Joaquim Cruz, em Brasília, da qual ele participa.
Uma triste notícia, que rendeu uma bela matéria na edição do último domingo e expõe um dos lados mais tristes do esporte nacional, atualmente agonizando em tantas modalidades. Nem mesmo a chancela de uma lenda do atletismo nacional – tão pouco reconhecida -, consegue dar fôlego ao programa brasiliense, importantíssimo não só por revelar talentos, como para oferecer perspectivas a jovens da região.
Triste saber que, em meio a tantos cortes e contingenciamentos, o esporte, já tão famigerado, tende a sofrer ainda mais. Pior ainda é saber que a situação vivida por Ronaldinho em Brasília, cidade onde vive atualmente, é praticamente uma regra, e não uma exceção, nos quatro cantos do Brasil.
O nosso ilustre descobertense, ao rifar a tocha olímpica, pelo valor de R$ 10 – apenas um objeto para uns, mas item de um simbolismo gigante para outros, demonstra sua nobreza. E a necessidade que o leva a chegar a tal ponto mostra que, talvez, para muitas modalidades brasileiras, dentre elas o atletismo, ainda estejamos estagnados nos anos 1990, a grande década de Ronaldinho. Aos interessados em participar da rifa, que será sorteada pela Loteria Federal no dia 13 de julho, o telefone de contato é o (061) 98431-9111.