Pobre JF Vôlei
Sem ter ginásio disponível para exercer seu mando de quadra na cidade, equipe de Juiz de Fora terá que estreiar na casa do adversário
A partir de sábado será dado o saque inicial do JF Vôlei em mais uma edição de Superliga B. Pela terceira temporada seguida, o time de Juiz de Fora parte em busca do retorno à elite do voleibol nacional. Não bastasse todos os problemas que acompanham o projeto local, como a falta de investimento pesado, que permita a formação de um elenco competitivo, a equipe se depara agora, às vésperas da estreia, com outra questão: a ausência de um ginásio para receber o Vila Nova (GO) em JF.
Como noticiado na Tribuna na terça, com a negativa da UFJF em liberar o Ginásio da Faefid para o confronto – medida que faz parte das deliberações tomadas pela instituição no enfrentamento à Covid-19, restou à diretoria buscar outros espaços para mandar a partida. O diretor técnico Maurício Bara expôs, então, que, por diferentes fatores, nenhum palco do município está apto a atender todas as exigências da CBV. Diante disso, o elenco precisará readequar a programação da semana final de treinos para se deslocar até um aeroporto, pegar voo, seguir até Goiânia para jogar na casa do adversário. Mesmo sem poder contar com a presença da torcida, a familiaridade com o ginásio de JF, obviamente, seria um ponto positivo.
Ao ler a matéria, lembrei-me que, no início de 2015, ainda repórter, fui pautada para ir até as obras do Ginásio Poliesportivo Jornalista Antônio Marcos, o Ginásio Municipal, que recebia naquela manhã a visita de representantes do Ministério dos Esportes e da Caixa, além do então secretário de Esporte e Lazer de JF, Carlos Bonifácio. À época, a previsão de liberação do restante da verba necessária para finalizar o equipamento esportivo era bem otimista e projetava-se até receber alguma delegação estrangeira para treinos visando as Olimpíadas do Rio. A projeção não se confirmou e o resto você sabe: a construção segue naquele ritmo conhecido, há quase 15 anos.
Pus-me a questionar então: não seria o JF Vôlei beneficiado com um ginásio amplo, espaçoso e com toda a estrutura necessária – como o Municipal – para sediar uma partida de Superliga, ainda mais em tempos de pandemia? Como acreditar que Juiz de Fora está atualmente sem nenhum outro local, além da Faefid, apto a receber uma partida de vôlei nacional, ainda mais sem público? Não haveria como a UFJF, diante dos protocolos sanitários estabelecidos pela CBV, que, inclusive, têm possibilitado a disputa dos duelos em outras cidades, autorizar a realização da partida no sábado?
Diante do imbróglio, pode ser que os próximos jogos com mando do time juiz-forano sejam transferidos para Belo Horizonte. Ou seja, novas semanas pré-jogos encurtadas devido a deslocamentos do time mandante.
Certamente, o JF Vôlei é um dos projetos de melhor planejamento e transparência que o esporte local tem. O afinco em lutar ano após ano para não deixar o time morrer é louvável. Pensar que esteve sete temporadas seguidas na elite nacional é de dar orgulho. Assim como é angustiante – para não dizer frustrante – acompanhar todas essas intempéries.
Talvez, realmente, a cidade não esteja preparada.
Tópicos: blogs e colunas / jf vôlei